Forças de segurança aumentam patrulhamento. Familiares com ordem para contactar gabinete de apoio do clube à mínima movimentação suspeita.
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As forças de segurança vão reforçar a vigilância junto às residências dos jogadores do clube da Luz, apurou o JN junto de fonte policial. A medida surge na sequência da noite de terror, vivida na última quinta-feira, com o ataque ao autocarro do Benfica, em plena A2 e a vandalização de várias habitações de futebolistas (Rafa, Pizzi e Grimaldo) e treinador (Bruno Lage) com inscrições e pinturas insultuosas.
Ao que apurámos, as autoridades vão reforçar a frequência do patrulhamento policial junto das zonas onde vivem os atletas, numa lógica preventiva, dissuasora e com o objetivo, também, de acelerar a capacidade de reação a um possível incidente que venha a ocorrer.
A Polícia suspeita, tal como referimos oportunamente, que os responsáveis pelo apedrejamento sejam elementos de uma ala mais radical da claque não legalizada No Name Boys.
Os atos profundamente intimidatórios causaram natural preocupação nos familiares dos atletas, privados da sua companhia nos próximos dias, já que o plantel permanece em estágio, no Seixal, até ao jogo com o Portimonense, na quarta-feira.
Namorada em choque
Nesse sentido, o JN sabe que o próprio departamento de apoio aos futebolistas do clube vai dar ainda mais atenção às famílias dos atletas. As mesmas foram aconselhadas para, ao mínimo movimento suspeito em redor das casas, contactarem diretamente aquela estrutura, que agilizará a reação adequada, em parceria, claro, com as autoridades.
Ontem, a namorada de Julian Weigl, um dos feridos no ataque, juntamente com Zivkovic, devido aos estilhaços do vidro do "vermelhão", revelou à televisão alemã RTL os momentos de pânico vividos pelo companheiro.
"Estávamos ao telefone e de repente começou a gritar. É claro que fiquei em choque. Percebi que se gerou uma grande confusão e ouvi alguém dizer-lhe para não abrir os olhos. Continuei a tentar ouvir e alguém disse para não me preocupar, que entrara uma pedra no autocarro e que me ligariam depois", sublinhou Sarah Richmond, também apresentadora naquele canal televisivo.
O médio vivera um episódio ainda pior no autocarro do Dortmund (2017), fruto do rebentamento de bombas artesanais, antes de um jogo da Champions. "Ele é forte e lida bem com estas coisas. Sabe que tem de continuar a andar de autocarro", observou Sarah.
REAÇÃO
João Paulo Rebelo condena ataque
João Paulo Rebelo, secretário de Estado do Desporto, censurou os graves incidentes da última quinta-feira. "Repúdio total por todos os atos violentos, mesmo os que não acontecem no âmbito do desporto. É absolutamente lamentável, são pessoas que não gostam de futebol, até porque os valores do desporto são precisamente o contrário: respeito e fair-play", sublinhou, ontem, o responsável, em declarações exclusivas ao JN. João Paulo Rebelo espera, naturalmente, que os autores sejam "identificados e punidos".