Polícias admitem que processo para atribuição de suplemento dure até dois meses
O presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), Paulo Santos, admitiu esta quinta-feira que o processo para atribuição na PSP de um suplemento de missão similar ao da Polícia Judiciária (PJ) possa prolongar-se, "no limite", durante dois meses.
Corpo do artigo
"A solução encontrada tem de ser no imediato. Outra coisa diferente é percebermos a calendarização com que isto vai ser feito", afirmou aos jornalistas, à chegada ao Ministério da Administração Interna, em Lisboa, o líder sindical, lembrando a promessa na campanha eleitoral do atual primeiro-ministro, Luís Montenegro, de que iria ser concedido na PSP e na GNR um valor "que passe muito próximo daquilo" que, desde o final de 2023, "é atribuído na Polícia Judiciária".
Em causa estão 1026 euros mensais brutos, que se traduziram num aumento para os inspetores da instituição de 548,85 euros face ao anterior subsídio. O suplemento de missão inclui, entre outras a componente de risco, compensada na PSP e na GNR com 100 euros fixos, mais 20% da remuneração base. Quer nestas duas forças de segurança quer na PJ existem, com características distintas, outros subsídios, associados ao desempenho de certos cargos ou tarefas.
Esta quinta-feira, Paulo Santos escusou-se, porém, a estabelecer os 1026 euros como o montante mínimo exigido pelos polícias. "Depende daquilo que é o modelo que a senhora ministra escolher: se quer optar pelo suplemento de condução policial numa perspetiva daquilo que já existe [ou seja, das forças de segurança e risco], ou se quer ir pelo suplemento de missão", justificou. O presidente da ASPP/PSP insistiu, ainda assim, que o tratamento tem de ser igual ao dado à PJ pelo anterior Governo de António Costa.
Questionado sobre protestos alheios às estruturas sindicais que estarão a ser organizados nas redes sociais, incluindo um eventual boicote à final da Taça de Portugal de futebol entre o F. C. Porto e o Sporting, a 26 de maio de 2024, Paulo Santos apelou ao "bom senso" dos colegas.
"Estamos num processo negocial com o Governo. Está em causa um suplemento que é bastante interessante do ponto de visa até socioprofissional. Temos a responsabilidade de contribuir para que esse suplemento seja uma realidade", defendeu.
A reunião entre os sindicatos e associações sindicais representativas dos elementos da PSP e a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, irá começar depois de terminado o encontro que decorre desde as 15.45 horas com as das estruturas homólogas da GNR.