O Sindicato dos Profissionais da Polícia (SPP/PSP) ameaça abandonar as negociações com o Governo sobre a atribuição de um suplemento de missão caso a tutela mantenha a proposta apresentada na quinta-feira às estruturas representativas dos polícias. A próxima reunião é a 15 deste mês, maio de 2024.
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Em causa está o facto de a solução apresentada Ministério da Administração Interna, liderado por Margarida Blasco, ficar aquém do subsídio de missão concedido, no final de 2023, à Polícia Judiciária (PJ), podendo até representar, em alguns casos e por incorporar o atual subsídio de risco da PSP, uma perda de rendimento bruto mensal. O panorama é idêntico na GNR.
“Se esta proposta se mantiver dentro dos mesmos moldes, não aceitaremos continuar a ser desconsiderados e abandonaremos a mesa das negociações para mobilizarmos os polícias para várias formas de luta (que serão, certamente, mais intensas que no passado)”, refere esta sexta-feira, em comunicado, o SPP/PSP.
A final da Taça de Portugal de futebol entre o F. C. Porto e o Sporting, agendada para 26 de maio, tem sido um dos eventos cujo boicote tem sido incentivado, como forma de protesto e à margem dos sindicatos, nas redes sociais.
Numa nota, a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) informou ter também transmitido a Margarida Blasco que o apresentado para o suplemento de missão “não permite disponibilidade para continuar qualquer processo negocial”. A ministra retorquiu tratar-se só da proposta inicial.
“O Ministério da Administração Interna está fortemente empenhado em encontrar uma solução de compromisso neste âmbito, numa base de diálogo, tendo solicitado contribuições e contrapropostas com o intuito de, em breve, ser alcançada uma solução envolvendo todas as partes”, garantiu, num comunicado de madrugada, a tutela.
Esta sexta-feira, o diretor nacional da PJ, Luís Neves, reiterou o apoio à valorização salarial na PSP e GNR, alertando que “está a começar a deixar de ser atrativo concorrer” a qualquer uma destas duas forças de segurança.