As autoridades procuram em França dois homens e uma mulher envolvidos no homicídio de Alisson Rodrigues, de 35 anos, cometido há quase um ano, na vila alentejana de Grândola.
Corpo do artigo
Na madrugada de 25 de junho de 2023, aquele antigo militar brasileiro dormia com a mulher, Mayla Pertel, que estava grávida de quatro meses, quando um casal lhe entrou em casa. Os intrusos queriam ajustar contas com um homem com quem se tinham desentendido numa festa popular, na mesma noite, e enganaram-se na porta. Alisson tentou manietar um deles e foi morto a tiro.
As autoridades acreditam que o casal de atacantes e um terceiro homem, que aguardava num carro, fugiram para França. O carro foi localizado e apreendido ainda em Portugal, no dia do crime, pela PJ, que encontrou drogas no seu interior.
Os fugitivos são então alvo de um mandato de captura internacional, emitido a pedido das autoridades portuguesas, que têm razões para acreditar que os aqueles se esconderam em França.
Pátio comum
O crime aconteceu no Bairro do Isaías. Depois de confrontos numa festa popular na Aldeia do Futuro, também em Grândola, os suspeitos partiram em busca do rival, que seria familiar do proprietário do imóvel, com vários apartamentos, onde morava o casal brasileiro.
Pelas 4 horas, os suspeitos chegaram a um pátio comum a várias habitações e arrombaram a porta errada. Alisson Rodrigues levantou-se e foi até à sala de estar, onde um homem, de arma em punho, perguntou por alguém que ele não conhecia. Junto à porta, estava uma mulher.
Naquele momento, o intruso apontou a arma a Mayla Pertel, e o antigo militar atirou-se para cima dele. Mas não conseguiu impedi-lo de disparar três tiros e morreu. Mayla ainda foi agredida com uma barra de ferro, pela mulher que estava à porta. A seguir, os atacantes fugiram no carro onde os esperava, ao volante, o terceiro dos suspeitos.
Voltou para Portugal com a filha
A filha de Alisson, que tinha sido militar paraquedista durante sete anos e trabalhava num hotel da Comporta há cinco anos, nasceu em novembro de 2023. A mãe foi para o Brasil após o crime, mas voltou, para cumprir a sonho de Alisson: “Criar a primeira filha na tranquilidade portuguesa”.
Mas, Mayla Pertel, que tinha sido professora no Brasil, perdeu um negócio de cabeleireira, que tinha com o cunhado em Grândola, e queixa-se ter sido lesada pelo senhorio. “Hoje, as coisas não estão fáceis, não sei se vou ficar em Portugal”, conta.