Os serviços de informações acompanham, desde 2013, portugueses e lusodescendentes que se encontram atualmente na Síria, ligados ao grupo Estado Islâmico, indica o Relatório Anual de Segurança Interna de 2015.
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"Os resultados alcançados pelos serviços de informação têm permitido rastrear cidadãos nacionais que se deslocam para os palcos de 'jihad'" para se juntarem "ao grupo Estado Islâmico ou à al-Qaeda e detetar células relacionadas com o recrutamento de jiadistas ou com a promoção de apoio logístico a grupos terroristas transnacionais", refere o RASI no capítulo "ameaças globais à segurança".
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Os serviços de informações consideram também que se registou "uma evolução de ameaça de terrorismo islamita, atendendo às estruturas de apoio logístico de radicalização e recrutamento".
"Preocupação acrescida suscita a atração que a 'jihad' síria exerce sobre os extremistas europeus, entre os quais se incluem cidadãos portugueses ou de origem portuguesa, em função da facilidade de acesso a este teatro, por contraposição a palcos de conflito anteriores e da eficiente máquina propagandística do grupo Estado Islâmico", adianta o documento.
O relatório sublinha que, tendo em conta "a intensificação dos fatores de risco existentes, são objetivos essenciais a proteção da segurança das pessoas e bens, das infraestruturas críticas nacionais, dos eventos relevantes e dos sistemas eletrónicos de informação, tendo em vista o robustecimento do papel do Estado no âmbito da prevenção, deteção e avaliação da ameaça terrorista".
A situação no Norte de África/Sahel foi igualmente alvo de rigorosa monitorização em função "do acentuado aumento da ameaça que impende sobre os interesses portugueses não só na região mas também na África Ocidental, em resultado da recapacitação dos grupos do universo da al-Qaeda" e da penetração do grupo Estado Islâmico no Norte de África, particularmente na Líbia e Egito.
O RASI 2015, hoje entregue no parlamento, indica que criminalidade geral aumentou 1,3% no ano passado, face a 2014, mas a criminalidade violenta e grave diminuiu 0,6 por cento.