Português Nuno Wahnon Martins detido em caso de corrupção no Parlamento Europeu
O português detido pelo Ministério Público belga por suspeita de um esquema de corrupção no Parlamento Europeu (PE) é Nuno Wahnon Martins. Segundo a SIC Notícias, o consultor luso foi assessor de um eurodeputado italiano e está inscrito no registo de transparência do PE, o que lhe garante acesso às instituições.
Corpo do artigo
Nuno Wahnon Martins terá sido detido em França e aguarda extradição para a Bélgica para ser ouvido por um juiz de instrução por causa de um alegado esquema de corrupção no PE. Ainda segundo a SIC Notícias, as buscas realizadas em Portugal terão visado a residência de Whanon e dois outros locais relacionados com o consultor de assuntos europeus.
Ontem, quinta-feira, a Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou a realização de buscas em Portugal no âmbito de uma investigação das autoridades belgas por alegada corrupção no Parlamento Europeu (PE) envolvendo lobistas da chinesa Huawei.
"Confirma-se a realização de buscas no âmbito de uma DEI (Decisão Europeia de Investigação) emitida pelas autoridades belgas", refere, em resposta à Lusa, fonte oficial do organismo liderado por Amadeu Guerra. A PJ confirmou também estar a colaborar com as autoridades belgas, sem acrescentar mais pormenores.
Lobistas ligados à Huawei
De acordo com o jornal belga "Le Soir", a investigação visa as práticas em Bruxelas, desde 2021, de lobistas ligados ao grupo chinês de telecomunicações Huawei. A investigação suspeita que tenha havido transferências feitas “para um ou mais deputados europeus através de uma empresa portuguesa” que terá sido também alvo de buscas hoje, acrescenta o jornal.
A polícia realizou hoje cerca de vinte buscas na Bélgica, no âmbito de uma investigação sobre corrupção no PE "sob a capa de lóbis comerciais", tendo sido detidas várias pessoas, anunciou o Ministério Público Federal belga. Fonte do PE adiantou à Lusa que este tem, sempre que solicitado, colaborado totalmente com as autoridades.
Nenhum eurodeputado foi ainda identificado nesta operação, de acordo com o Le Soir e os seus parceiros da investigação jornalística - o semanário Knack, a plataforma de investigação neerlandesa Follow The Money e os jornalistas de investigação gregos Reporters United.