SEF detetou oito casos nos aeroportos do Porto e Lisboa. Europol desmantelou redes internacionais.
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O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) detetou oito testes falsos à covid-19, com resultado negativo, na posse de portugueses chegados aos aeroportos de Porto e Lisboa. Também a Polícia Judiciária (PJ) está a realizar perícias a vários certificados suspeitos e continua em permanente colaboração com polícias internacionais. Nomeadamente a Europol, que desmantelou, nos últimos meses, várias redes dedicadas à venda de documentos falsos relacionados com o coronavírus.
Em Espanha e na Holanda, cada teste falso custava entre 40 e 60 euros, enquanto no Reino Unido o preço podia chegar às 100 libras (cerca de 113 euros). Em França, o custo variava entre os 150 e os 300 euros.
A preocupação com este crime é tanta que a Europol emitiu um alerta. "Com as restrições às viagens a manterem-se, é provável que as redes criminosas aproveitem a oportunidade para produzir e vender certificados de testes à covid-19 falsos", avisou. E, ao JN, o SEF revela que, "em 6 de janeiro, no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, foram intercetados seis cidadãos nacionais na posse de comprovativos de teste à covid-19, com indícios de falsificação grosseira". Entre os 28 e os 32 anos, todos os passageiros com testes falsos vinham do Rio de Janeiro, no Brasil, e foram indiciados pelo crime de uso de documento falso ou falsificado.
O mesmo sucedeu com duas mulheres, também portuguesas, que chegaram ao aeroporto de Lisboa num voo proveniente do Reino Unido. Foram, aliás, os serviços secretos deste país que detiveram várias pessoas por venderem testes por 100 libras. O documento, embora falso, ostentava o nome de um laboratório genuíno.
Recorde-se que Portugal, como a maioria dos países, exige comprovativo de teste à covid-19, com resultado negativo, realizado nas últimas 72 horas antes do embarque.
Tecnologia
O grupo Rathkeale Rovers dispõe de uma aplicação móvel que permite aos seus membros falsificar os resultados dos testes. Recorre também a impressoras de alta qualidade para produzir os documentos.
Perícias
Ao JN, a Judiciária garante que "está atenta ao fenómeno" e a cooperar com outras polícias. Diz ainda que já efetuou várias perícias a testes suspeitos. Nenhum deles foi considerado falso.
Grupo atuava no Aeroporto Charles de Gaulle
No Aeroporto Charles de Gaulle, situado em Paris, França, foi detetado um grupo criminoso que vendia falsas certificações de testes à covid-19, com resultado negativo., aos passageiros que se preparavam para embarcar. O montante cobrado pelos documentos falsos dos testes variava entre 150 a 300 euros.
Serviços secretos britânicos apanham burlões
Os serviços secretos do Reino Unido identificaram uns burlões que também vendiam, por 100 libras (menos de 115 euros) testes falsos ao coronavírus. Os documentos, embora falsos, ostentavam o nome de um laboratório genuíno. O último caso foi descoberto no Aeroporto de Luton, em Londres,
Burlão espanhol vendia na internet
Em dezembro do ano passado, um homem foi detido pela Polícia Nacional Espanhola por vender falsos certificados PCR negativos através da internet. Cada teste falsificado tinha o preço de 40 euros.
Testes a 50 euros no WhatsApp
Nos Países Baixos, também foram descobertos burlões a vender falsificações de declarações de testes à covid-19, com resultado negativo. A venda do documento era feita através de aplicações de mensagens, como o WhatsApp e o Telegram, e custava entre 50 e 60 euros