Precariedade dos estafetas das plataformas de entrega chega a tribunal pela primeira vez
Pela primeira vez, um conflito laboral entre um estafeta e uma das principais plataformas digitais de entregas chegou a um tribunal português. Aconteceu nesta quinta-feira, no Tribunal do Trabalho do Porto, onde um trabalhador entregou uma queixa contra a Glovo, alegando que foi despedido ilegalmente.
Corpo do artigo
O estafeta, de nacionalidade brasileira, trabalhou durante quatro anos para a Glovo, mas, em julho do ano passado, recebeu uma mensagem na plataforma eletrónica, pela qual recebia os pedidos de entregas, a informá-lo que tinha sido bloqueado. Não lhe foi dada qualquer explicação para a dispensa dos seus serviços, contudo o trabalhador não tem dúvidas: foi bloqueado porque era um membro destacado do grupo que tem reivindicado melhores condições de trabalho para os estafetas.
Em resposta à alegada retaliação, o estafeta apresentou, no mês passado, uma ação declarativa contra a sucursal portuguesa da Glovo. Ao JN, Francisco Pinho, advogado do estafeta, explica que a queixa assenta na alteração ao Código do Trabalho, aprovada pela Assembleia da República em abril último. “Vamos fazer valer a lei, sobretudo o artigo 12.º A do Código do Trabalho”, afirmou o causídico.