Presidente da Águas de Gaia suspeito de usar adjudicações para ambições pessoais
O presidente da empresa municipal Águas de Gaia (AdG), suspenso de funções por decisão judicial, é suspeito de ter beneficiado, entre 2017 e 2023 e através de adjudicações diretas, duas empresas de comunicação que, além de serviços institucionais, lhe prestariam trabalhos pessoais para uma futura candidatura à câmara.
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Ao JN, Miguel Lemos Rodrigues nega esta ambição e garante ter cumprido a Lei.
Segundo o Ministério Público (MP), o líder da AdG promoveu sucessivas adjudicações à empresa Time4 e Plateia, com preços que seriam antecipadamente acertados com os respetivos empresários Francisco Moreira e Alberto Rocha. Os concursos seriam viciados porque, segundo o MP, envolviam falsos concorrentes que aceitariam constar nos procedimentos apenas para criar a ilusão de concorrência.
O MP também imputa ao arguido a contratação de duas publicidades institucionais das AdG numa revista dedicada ao turismo e golfe, apenas para compensar o atraso de pagamento de outras publicidades, contraídas por uma empresa de barcos. Miguel Lemos teria interesses pessoais nessa empresa privada e o MP acredita que a AdG foi instrumentalizada para interesses pessoais do arguido.
Contactado pelo JN, Miguel Lemos Rodrigues garante que “os procedimentos nunca foram viciados”, explicando que foram preparados e aprovados pelos serviços da AdG. “As suspeitas de assessoria pessoal não têm fundamento, até porque nunca tive a ambição de concorrer à presidência da câmara. Todas essas suspeitas serão esclarecidas e sempre me mostrei disponível para qualquer dúvida que a Justiça tenha”, disse.