Presidente da Junta de Estela relata "cenário de horror" no quádruplo homicídio
O presidente da Junta de Freguesia de Estela, José Armandino Domingues, mostrou-se "chocado" com o "cenário de horror" que encontrou, esta terça-feira, no café da localidade onde aconteceu um alegado quádruplo homicídio.
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O autarca daquela freguesia do concelho da Póvoa de Varzim, que é também primo de uma das vítimas, foi uma das primeiras pessoas chegar ao local, já depois de ter visto o alegado homicida a sair do estabelecimento e a entrar no carro, descrevendo à agência Lusa "um cenário de horror".
"Estava em casa, que fica perto do café, e ligaram-me da Junta a perguntar o que se passava porque tinham ouvido tiros. Saí logo de casa, a rua estava deserta, e também ouvi tiros e fiquei petrificado", começou por descrever à Lusa.
Foi já depois de o alegado agressor abandonar o local que José Armandino entrou no café para verificar o que se tinha passado, quando se deparou com as vítimas no chão do estabelecimento.
"Logo que entrei no café vi os corpos, foi um cenário de horror. Liguei logo para a GNR e depois para Junta para chamarem os bombeiros", contou.
O presidente da Junta afirmou que "a GNR chegou rapidamente ao local, isolando-o", contando que, posteriormente, foi encontrada uma quarta vítima no quintal.
José Armandino Domingues disse conhecer o alegado homicida: "apesar de não ter uma relação pessoal, falava com ele, sempre tive a ideia de ser um rapaz educado e respeitador, não sei onde ele tinha cabeça para fazer isto".
O autarca da Estela afirmou que "nunca na freguesia tinha acontecido uma tragédia desta dimensão". "É uma localidade pacata e tranquila, estão todos chocados".
Para esta quinta-feira estava agendada, na freguesia, um evento para angariação de fundos para a Cruz Vermelha, que o presidente da Junta disse já ter cancelado devido às circunstâncias.
Quatro pessoas com idades entre os 30 e os 70 anos foram hoje mortas a tiro na localidade de Estela, Póvoa de Varzim, num incidente que se suspeita de homicídio, em que um rapaz de 16 anos sofreu ferimentos ligeiros.
O incidente aconteceu n por volta das 09:00, num café da localidade.
O alegado homicida é um empresário, de 42 anos, que, segundo a GNR, durante vários anos esteve ligado à área da comercialização de tetos falsos. Foi detido cerca das 10:15, na autoestrada A3, em Valença, após ter sofrido um despiste" ao quilómetro 110 daquela via, no sentido Porto-Valença, a cerca de dois quilómetros da entrada da ponte internacional de Valença.
As quatro vítimas mortais, ex-mulher, ex-sogros e ex-enteado, tinham idades entre os 23 e os 70 anos.
Segundo apurou a agência Lusa, junto de fonte próxima do alegado agressor, o motivo do crime poderá estar relacionado com a partilha dos bens do casal.