O presidente do Boavista, Vitor Murta, foi, esta quarta-feira, constituído arguido durante as buscas realizadas na manhã à sede do Boavista.
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Cerca de 80 elementos da Polícia Judiciária e da Autoridade Tributária realizaram buscas nas instalações da SAD do Boavista, no Porto, e em mais 12 outros locais. Estão em causa crimes de fraude fiscal e branqueamento.
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Segundo apurou o JN, estão em causa suspeitas de crime de fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais, estando já identificada uma vantagem patrimonial "de milhões de euros".
Um comunicado da PJ, emitido ao final desta manhã, avança que "foram levadas a cabo dez buscas domiciliárias e três buscas não domiciliárias (que incluíram dois escritórios de advogados, duas sociedades anónimas desportivas e dois cofres bancários)", nos concelhos de Porto, Vila Nova de Gaia, Guimarães e Aveiro. O Grupo Desportivo da Gafanha, em Ílhavo, é uma das entidades que está a ser alvo de buscas, confirmou fonte do clube à agência Lusa.
Os suspeitos envolvidos serviam-se de diferentes ferramentas, entre os quais a utilização de faturação falsa emitida por empresas nacionais e estrangeiras e a ocultação de proveitos.
Além de Vítor Murta, outros arguidos foram já constituídos arguidos, mas o JN sabe que João Loureiro, antigo presidente do Boavista, não é suspeito nem foi visado na operação.
Boavista reage
Ao JN, o Boavista reagiu à constituição de Murta como arguido: "A constituição de arguido serve para melhor acompanhar e colaborar com todo o processo e assim se defender e ao clube, mas reiteramos que as buscas não visam nenhum dirigente nem quadro do Boavista".
Através da conta oficial no Facebook, o Boavista confirma que "o Boavista F. C. e a Boavista F. C., Futebol, SAD" foram alvo de buscas. "Muito embora nada tivesse a ver, diretamente, com a Instituição Boavista, mas com empresa (s) que connosco têm ou tiveram acordos comerciais, toda a disponibilidade e colaboração foram dadas às Autoridades envolvidas", pode ler-se na publicação.
"Queremos deixar claro que nenhum dirigente ou quadro da Instituição Boavista foi alvo de buscas domiciliárias por parte das Autoridades", adianta o clube.
Buscas devem-se a empresa "que no passado teve relações comerciais" com Boavista
Durante a apresentação do novo treinador do Boavista, Daniel Ramos, o presidente do clube disse: "O que se passou está em segredo de justiça. Mas os boavisteiros podem estar descansados, porque isto não tem nada a ver com o Boavista, mas sim com uma empresa com quem o Boavista mantinha uma ligação comercial".
Vítor Murta afirmou que o Boavista facilitou "todos os dados" que lhe foram solicitados pelos investigadores e referiu ainda que a PJ e a AT "agiram com a maior lisura" com a instituição 'axadrezada', declarando-se também disponível para esclarecer "sempre" o que for necessário.
O presidente boavisteiro alegou que não respondia a questões por se tratar de um assunto que "está em segredo de justiça", tendo depois acompanhado a conferência de imprensa de apresentação do técnico Daniel Ramos.