A GNR foi alertada para o despiste de um automóvel, na Rotunda Sul de Beja, e encontrou-o com várias perfurações de bala. Afonso Chícharo, membro do gangue local conhecido por “Tchubas”, atacou o veículo por aqui seguir a ex-namorada com mais cinco pessoas.
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Na sexta-feira, dia 4, foi condenado a sete anos e meio de prisão, por um crime de arma proibida, dois de tentativa de homicídio qualificado e três de condução sem carta.
O arguido, com 20 anos e um longo historial de violência, designadamente por atos dos “Tchubas” em locais de diversão de Beja, foi posto em prisão preventiva à ordem do ataque ao veículo, no ano passado, mas já está preso à ordem da sua condenação noutros processos. Após as férias judiciais de 16 de julho a 31 de agosto, o tribunal calculará o cúmulo jurídico das várias condenações, para fixar uma pena única.
Segundo a acusação do Ministério Público, na madrugada de 6 de setembro de 2024, o arguido viu a ex-namorada com outras pessoas e fez-lhes ameaças, antes de se dirigir, de carro, a sua própria casa para ir buscar uma pistola Browning, de calibre 6.35 mm. A seguir, procurou aquela viatura e encontrou-a ainda no centro da cidade. Nuns semáforos, parou a seu lado e fez os quatro disparos, que não atingiram nenhum dos ocupantes.
Com medo, o condutor do automóvel atingido fugiu pelas ruas da cidade, sempre perseguido pelo arguido, acabando por perder o controlo do veículo e por se despistar. O suspeito abalou do local do acidente.
A viatura acidentada seria removida para a GNR de Beja, tendo sido alvo das peritagens da PJ de Faro, para a qual transitou a investigação. Feitas as inquirições às vítimas, o suspeito foi identificado. E, já com os resultados das perícias, os inspetores da Polícia Judiciária detiveram o suspeito.
Depois de optar pelo silêncio, no arranque do julgamento, o arguido ouviu as testemunhas da acusação e resolveu depor. Não assumiu responsabilidade, dizendo que queria danificar a Audi nem molestar os seus ocupantes. A acusação, porém, foi dada como provada.
Mãe do arguido detida há um mês por crimes violentos
A mãe de Afonso Chícharo, o arguido acusado de disparar sobre o carro onde seguia a namorada, e outros membros do grupo “Tchubas” foram detidos e presos preventivamente em maio. Na operação a que chamou Pelourinho, a PSP fez um total de onze detenções, fora de flagrante delito, por alegados crimes de roubo, ofensa à integridade física, tráfico de estupefacientes e burla. Foram detidos sete homens e quatro mulheres, dez de nacionalidade portuguesa e um brasileiro, com idades compreendidas entre os 17 e os 44 anos. A mãe de Afonso Chícharo e cinco dos homens detidos foram sujeitos, por um juiz, à mais pesada das medidas de coação, prisão preventiva.