
Prisão de Custóias
José Carlos Marques/Arquivo
Sete cidadãos romenos, presos preventivamente na cadeia de Custóias iniciaram uma greve de fome em protesto "pela forma discriminatória como são tratados pelo sistema judicial português".
Segundo o advogado de um dos grevistas, o protesto - "que poderá alastrar a outros estabelecimentos prisionais do país", avisa - deve-se "à inaceitável descriminação" de que são alvo, "sobretudo no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) e Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto. "Pelo facto de serem romenos, parece ter passado a ser regra a imposição da prisão preventiva como única medida de coação".
O advogado acrescenta que "alguns estão presos preventivamente com acusações mirabolantes, outros estão na cadeia sem nada terem a ver com os processos onde são acusados, sendo quase certo que serão inocentados se chegarem a julgamento. E já ninguém lhe tira os meses que passaram na cadeia", lamentou.
Por outro lado, o familiar de um dos grevistas em "preventiva" na cadeia de Custóias garantiu ao JN a existência de uma "segunda razão" para a greve de fome: "Quando um dos nossos é detido, o tribunal do Porto escolhe sempre a mesma tradutora. Trata-se de uma cidadã da Moldávia incapaz e traduzir corretamente a língua romena. Bem protestámos, mas não vale de nada", lamentou.
A mesma fonte acrescentou que já pediram à embaixada e governo romenos para que intercedam junto do governo português para "acabar com esta atitude que discrimina negativamente apenas os romenos".
