A procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, quer que a acusação a José Sócrates, no âmbito da Operação Marquês, esteja fechada a 17 de março.
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Segundo avança o jornal Sol, a pressão em concluir a acusação está a causar tensão no Ministério Público, já que o DCIAP pode ter de abdicar de várias linhas de investigação. José Dirceu, o braço-direito de Lula da Silva, pode "safar-se", escreve o semanário, por falta de tempo para fechar a investigação.
Também o Expresso diz que Joana Marques Vidal deu instruções precisas para a acusação estar pronta a 17 de março. Tudo isto depois dos desenvolvimentos do processo: interrogatório e denuncias graves de Hélder Bataglia contra Ricardo Salgado; interrogatório e envolvimento do ex-presidente do BES; e constituição de dois novos arguidos de peso: Zeinal Brava e Henrique Granadeiro, ex-líderes do Grupo PT.
Recorde-se que dois anos após o início do inquérito, que a 20 de novembro de 2014 produziu as primeiras detenções, a investigação do Ministério Público continua sem que exista acusação ou arquivamento, estando prevista uma decisão do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) para 17 de março.
A "Operação Marquês" conta atualmente com 23 arguidos, incluindo o ex-ministro socialista Armando Vara, a ex-mulher de Sócrates, Sofia Fava, Joaquim Barroca, do grupo Lena, o ex-responsável da farmacêutica Octapharma Lalanda e Castro e Diogo Gaspar Ferreira, responsável da empresa gestora do empreendimento Vale do Lobo (Algarve).
José Sócrates, que esteve preso preventivamente mais de nove meses, está indiciado por fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção passiva para ato ilícito.