O genro de Vítor Silva, conhecido por Catão, garantiu, esta sexta-feira, que o Catão dos vídeos era uma personagem criada pelo sogro que "vivia numa realidade paralela". Marco António revelou que Vítor foi à assembleia-geral (AG) por sua insistência e que, além do incidente com um carro da SIC, não intimidou ninguém.
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“Ele deslumbrou-se. Não tinha noção do impacto da Internet”, afirmou Marco António em mais uma sessão do julgamento da Operação Pretoriano, referindo-se aos vídeo nas redes sociais. As pessoas achavam piada e na rua diziam que gostavam. Ele não se apercebia "de que estava a ser ridicularizado".
Para Marco António, “o problema é que Catão funcionou um pouco como papagaio. Se eu lhe dissesse que fulano da administração roubou 50 milhões, ele não ia confirmar. Ia fazer um vídeo a dizer que roubou 50 milhões e um avião”. O genro garantiu, no Tribunal de São João Novo, no Porto, que a família e os amigos sempre estiveram contra os vídeos e que ele e a filha de Catão chegaram a estar semanas sem falar com ele.
"Queria conteúdo para os vídeos"
O genro recordou que Vítor Catão e Fernando Madureira estiveram zangados durante anos. Com a possível candidatura de Pinto da Costa, Vítor começou a aproximar-se de toda a gente, mas era para tentar obter informação para os vídeos nas redes sociais. “Ele queria conteúdo para os vídeos”, explicou o genro, frisando que apesar de ter prometido levar sócios para a AG não levou ninguém.
“Acho que foi a primeira AG a que ele foi e ele não queria ir. Fui eu que o convenci”, revelou Marco António, acrescentando que ele nunca fez parte do núcleo da claque. “Se eu não o tivesse convidado a ir, ele não tinha ido”, lamentou.
Marco António explicou que o gesto de Vitor Catão a cortar o pescoço captado em vídeo não era uma ameaça, mas uma brincadeira comum na família “Ele fazia sempre o sinal de cortar o pescoço. Até faz isso para as netas”, explicou. O genro garante que, após o episódio com o carro da SIC, na entrada do P1, em que Catão foi “desagradável” com jornalistas, não houve mais nenhum incidente com o sogro.
“Quem disser que ele intimidou ou ameaçou no pavilhão, é mentira”, assegurou. Garantiu ainda que Catão não acedeu ao bar e que a garrafa de água que empunhava no Arena tinha sido dada por um dos seguranças.
Ameaçado de morte e assustado
Marco António revelou ainda que Vítor Catão terá sido ameaçado de morte, por interposta pessoa, por ter publicado um vídeo de uma alegada agressão de Bruno Branco, chefe da PSP, a um adepto junto a Villas-Boas. “Foi a primeira vez que vi o Vítor assustado. Tanto que até pôs grades em casa e câmaras de videovigilância”.
O genro garantiu que Vítor Catão nunca ganhou dinheiro com o futebol, pelo contrário. “Tirou dinheiro da família para dar ao futebol”, assegurou. Marco António diz que Vítor mudou. “Está muito arrependido.” Pediu ajuda psiquiátrica e está muito melhor e que já não quer saber das redes sociais.