Os três adeptos do Sporting detidos por incendiarem o carro de elementos da claque portista, na terça-feira, vão ficar em prisão preventiva, "com a possibilidade de substituição por prisão domiciliária, caso sejam cumpridos os pressupostos legais exigidos", informou esta tarde o Conselho Superior da Magistratura (CSM).
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À saída do Campus da Justiça, um dos advogados dos arguidos explicou aos jornalistas que o juiz de instrução criminal teve em conta o “alarme social” e o “perigo de perturbação do inquérito” para decretar a medida de coação mais gravosa. O causídico considerou-a “adequada e proporcional” de modo a impedir contactos com outros suspeitos ainda por localizar. Já a advogada de um dos outros detidos mostrou-se “surpreendida”, antecipando que irá recorrer e pedir a reavaliação da medida de coação.
Um dos detidos, em liberdade condicional, acabava de cumprir seis anos de cadeia por uma tentativa de homicídio, cometida em 2018, em Lisboa. Outro foi banido, durante 10 meses, de entrar em recintos desportivos, após distúrbios no Estádio da Luz, em 2023.
O trio, com idades entre 22 e os 26 anos e todos com passado de violência, fazia parte de um grupo de cerca de 20 elementos que agrediu e incendiou o carro de membros da claque portistas, na Alameda de Linha de Torres, após um jogo de hóquei entre Sporting e F. C. Porto, no pavilhão João Rocha, em Alvalade.
Os três suspeitos foram intercetados e detidos pela PSP pouco depois do ataque, quando se preparavam para assistir a um jogo de futsal no mesmo pavilhão. Por estarem indiciados da prática de cinco crimes de homicídio qualificado na forma tentada, ofensas à integridade física qualificada, um crime de incêndio, de roubo e detenção e uso de armas proibidas foram entregues à Polícia Judiciária.
O JN tentou saber quais os crimes em concreto que o juiz de instrução criminal considerou indiciados após o primeiro interrogatório judicial. Porém, o CSM escudou-se no segredo de justiça para não divulgar essa informação.