O Tribunal de Setúbal proferiu a primeira condenação a pena de prisão efetiva em Portugal por burlas através da aplicação de pagamentos MB WAY.
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Fábio Farias, 34 anos, liderou durante um ano um esquema de burlas, em Setúbal, e mesmo quando foi para a cadeia, por outros crimes, continuou a enganar vítimas.
O Tribunal de Setúbal condenou o arguido a quatro anos de prisão por crimes de burla informática e burla simples. Outros três arguidos, um homem e duas mulheres, foram condenados a penas de multa por facilitarem os seus contactos e contas bancárias para as burlas e para transferências e levantamentos de dinheiro.
O grupo conseguiu retirar das contas bancárias das vítimas, entre 2018 e 2019, pouco menos de 40 mil euros que utilizaram para financiar luxos, incluindo telemóveis de gama alta e viagens.
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As vítimas dos crimes eram pessoas com bens usados à venda em plataformas de anúncios online. Fábio Farias abordava-as e dizia-lhes que pretendia pagar através da aplicação MB WAY. Indicava às vítimas, pouco familiarizadas com este método de pagamento, como deviam proceder. Informava-as de que deviam introduzir o número de telemóvel do comprador quando, na verdade, o número a inserir seria o do próprio utilizador da aplicação.
Os vendedores seguiam as instruções sem saber que, ao introduzirem o número de telemóvel indicado, davam o controlo das suas contas bancárias ao burlão. Quando se apercebiam do engano já milhares de euros tinham desaparecido, transferidos para contas dos outros elementos do grupo, que levantavam logo o dinheiro em caixas multibanco. Os levantamentos eram frequentemente realizados em ATM de Setúbal e as quantias divididas pelos principais arguidos.