O presidente honorário do PS, Almeida Santos, considera que a prisão de José Sócrates "não tem a mínima justificação" e que em nada fragiliza o Partido Socialista, reunido em congresso nacional, em Lisboa.
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À chegada à FIL, Almeida Santos disse não compreender a prisão preventiva decretada a José Sócrates. "Porque é que ele foi preso? Ele voltou voluntariamente para Portugal, por isso o risco de fuga não existe", disse o histórico socialista à chegada para o congresso do PS, em Lisboa.
"Em meu entender, esta prisão não tem a mínima justificação", disse Almeida Santos, considerando que "não fragiliza o PS" de maneira nenhuma. "Só pode fragilizar a própria justiça se vier a ser absolvido", acrescentou Almeida Santos, sustentando que "há muitos indivíduos que foram presos sem justificação".
"Aguardo que a justiça cumpra o seu dever", disse Almeida Santos, sustentando que não quer fazer "críticas à justiça".
O antigo ministro de Mário Soares disse que na terça-feira vai visitar José Sócrates ao estabelecimento prisional de Évora, onde está em prisão preventiva, e sublinhou que o ex-primeiro-ministro "ainda não foi acusado, nem julgado".
"Sou grande amigo e admirador de Sócrates, ele tem a presunção de inocência, sempre teve. Ele foi acusado de tudo, não se provou nada contra ele, durante os anos em que foi político com altos cargos no PS. Espero que isso se repita, vamos lá ver", declarou.
O presidente honorário do PS defendeu, entretanto, que a detenção de José Sócrates deve ser um assunto "o menos referido possível", argumentando pela separação entre política e justiça.
"Acho que este assunto deve ser o menos referido possível", disse Almeida Santos aos jornalistas à entrada do XX Congresso Nacional do PS, que decorre sábado e domingo, em Lisboa.