Prisão efetiva para motorista de TVDE que foi de Setúbal a Braga para transportar 232 quilos de cocaína
O Tribunal de Braga condenou a cinco anos e dez meses de prisão, por tráfico de droga, um homem de Setúbal que se deslocou a Braga para comprar cocaína e foi apanhado pela GNR, em Celeirós, à saída da cidade, com 232 quilos, que valeriam 4,5 milhões de euros. A sentença foi proferida na segunda-feira passada.
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O coletivo de juízes considerou que Lúcio Barreto ia apenas fazer o transporte da droga - era o "correio" -, não sendo ele que a iria vender, pelo que o sentenciou pelo crime de tráfico na forma simples, e não agravada, como vinha acusado.
O acórdão absolveu a empresa “Lúcio Barreto Unipesssoal, Lda”, de Setúbal, proprietária do carro onde a droga era transportada.
A acusação do Ministério Público de Famalicão dizia que, em 7 de setembro de 2024, Lúcio Barreto – que está em prisão preventiva - regressava, de carro, de noite, depois de se ter abastecido, em Braga, de estupefaciente. Mas circulava sem luzes. Por isso, foi abordado por uma patrulha da GNR, que obrigou o veículo, um Renault Clio, a parar. O condutor fugiu a pé, enquanto o arguido foi identificado e detido.
Os militares da Guarda verificaram que na bagageira e nos bancos traseiros do Clio estavam nove caixas de cartão, que continham 235 pacotes com 232,8 quilogramas de cocaína. Esta tinha um grau de pureza de 76,8% e daria para 894 mil doses individuais
A GNR também apreendeu dois telemóveis e 220 euros em dinheiro. O dinheiro será restituído ao arguido, mas os telemóveis ficam para o Estado, no caso para a Polícia Judiciária que manifestou interesse em ficar com eles.
Já o carro é propriedade da empresa Lúcio Barreto Unipessoal, Lda. O arguido tem a profissão de motorista de TVDE (vulgo Uber).
A investigação não apurou a origem da droga, mas julga-se que terá vindo da América do Sul para a Galiza e daqui para Braga. A PJ detetou que o arguido terá atuado com cinco brasileiros que, entretanto, regressaram ao país e são alvo de investigação autónoma.