O Tribunal de Lisboa condenou esta sexta-feira a penas de prisão efetiva entre os cinco e os oito anos os quatro principais arguidos do esquema criminoso fraudulento que lesou o Estado Português em 80 milhões de euros em IVA, entre 2016 e 2022.
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Prathikouhn Lavivong, Max Cardoso, Filipe Fernandes e Sandra Martins foram condenados pela fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção no âmbito da "Operação Admiral", mas foram absolvidos do crime de associação criminosa.
Outros sete arguidos foram condenados em penas suspensas, como Nuno Cancela, o gestor bancário que o tribunal considerou ser quem permitiu que os crimes decorressem durante seis anos, impedindo que fosse acionado qualquer alerta a movimentos de milhões de euros de contas que geria. O arguido foi condenado a quatro anos de prisão, pena suspensa, por corrupção ativa no setor privado.
Em tribunal ficou provado que Prathikouhn Lavivong, francês de 35 anos, criou com Filipe Fernandes e Max Cardoso entre 2017 e 2022 uma célula portuguesa de um esquema criminoso que levava a cabo em França, para vender produtos através da Amazon sem pagamento do IVA ao Estado.
O advogado de Max Cardoso, condenado a sete anos e meio de prisão, considerou que as penas aplicadas são violentas e admitiu recorrer. "O arguido teve uma postura colaborante com a justiça, mas foi bastante penalizado quando disse que não sabia a arquitetura do esquema de fuga ao fisco, o que não é mentira, o papel dele era angariar pessoas que abrissem empresas por onde passava o dinheiro", disse Tiago Rodrigues Bastos.