Dois homens com um vasto passado criminal foram detidos pela Polícia Judiciária do Porto por suspeitas de serem os autores de pelo menos duas dezenas de assaltos a casais gay, que frequentavam uma zona conotada com encontros fortuitos, situada entre São Mamede de Infesta e Leça do Balio, em Matosinhos. Algumas das vítimas foram assaltadas pela dupla em pleno ato sexual, dentro dos carros. Os arguidos ficaram em prisão preventiva.
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Dois homens com um vasto passado criminal foram detidos pela Polícia Judiciária do Porto por suspeitas de serem os autores de pelo menos duas dezenas de assaltos a casais gay, que frequentavam uma zona conotada com encontros fortuitos, situada entre São Mamede de Infesta e Leça do Balio, em Matosinhos. Algumas das vítimas foram assaltadas pela dupla em pleno ato sexual, dentro dos carros.
De acordo com informações recolhidas pelo JN, os dois suspeitos, ambos com 30 anos, são residentes no Bairro do Manso, em Matosinhos. Um deles saiu da cadeia no início deste ano. Estava a cumprir uma pena de prisão por crimes de roubos, mas saiu em liberdade condicional por ter atingido mais de metade da pena. O outro suspeito também tem antecedentes criminais por assaltos.
"Pelo menos desde setembro do corrente ano, de forma praticamente ininterrupta até à presente data, os arguidos, durante a noite, num local referenciado para encontros sexuais, em S. Mamede Infesta - Matosinhos, abordavam as vítimas que se encontravam dentro dos carros e, com grande violência, partiam os vidros e agrediam-nas, subtraindo depois os bens e dinheiro que estas tinham na sua posse", explica a PJ.
Os homens que procuravam aquele local para o "engate" eram agredidos e forçados a entregar telemóveis, carteiras, dinheiro e até roupa. Uma das vítimas foi agredida com uma violência extrema e teve de ser assistida no hospital. Os arguidos chegaram a disparar contra os carros das vítimas quando se apercebiam que estas iam tentar resistir.
Ainda segundo apurou o JN, a dupla procurou aquele local para cometer os crimes por acreditar que as vítimas não iam apresentar queixa por vergonha e para evitar que os seus familiares soubessem que frequentavam zonas de "engate".
"Dado o local e o contexto onde eram praticados os factos, algumas das vítimas, por vergonha, não participavam os factos às autoridades, estando por isso por contabilizar, com precisão, o número de crimes praticados", precisa a PJ.
O JN sabe que, para já, os inspetores têm prova para imputar pelo menos 20 roubos aos suspeitos. Mas acredita terem sido cometidos muitos mais.
Na tarde desta sexta-feira, os dois arguidos foram colocados em prisão preventiva por decisão do juiz de instrução criminal do Tribunal de Matosinhos.