As autoridades espanholas resgataram 15 cidadãos portugueses que viviam na escravidão em Espanha, onde eram explorados por dois sócios, residentes em Bragança. As vítimas eram recrutadas no Grande Porto e no norte do país, com promessas de receber 40 euros por dia. Os dois detidos, que foram monitorizados em território nacional pela Polícia Judiciária do Porto, ficavam com tudo.
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De acordo com informações recolhidas pelo JN, as vítimas eram trabalhadores rurais em situação de fragilidade financeira e emocional. Foram abordadas nos últimos meses pelos dois sócios de Bragança que lhes prometiam boas remunerações, além de condições de vida condignas na zona de La Rioja, junto ao País Basco, onde iriam trabalhar nas vinhas.
Numa carrinha Mercedes Vito, os "escravos modernos" foram levados para o País Basco, onde eram ameaçados, agredidos e forçados a trabalhar horas a fio, sem receber qualquer salário.
"Ficavam alojadas em casas velhas e insalubres e eram obrigadas a realizar jornadas de trabalho de 12 horas diárias, sete dias por semana, em condições infra-humanas, sob coação e ameaças permanentes", precisa a PJ que colaborou ativamente na investigação das autoridades bascas.
Um dos dois detidos já estava a ser investigado pela PJ do Porto pelo mesmo tipo de crime. Trata-se de um indivíduo bastante referenciado em território nacional por recrutar pessoas frágeis para as explorar em Espanha. Ambos já foram colocados em prisão preventiva.
"A operação desencadeada no passado dia 4 de maio, no País Basco, com o nome de "Worker", permitiu o desmantelamento de um grupo criminoso e a libertação de 15 cidadãos portugueses que se encontravam numa real situação de escravatura moderna", precisa ainda a PJ.