Rafael da Silva, o homem suspeito matar a mulher, Arelys Rojas, em Vagos, foi este sábado apresentado a um juiz de instrução criminal, em Aveiro. Depois de dois dias sob custódia da PJ, o suspeito manteve-se em silêncio durante o primeiro interrogatório judicial, tendo ficado sujeito a prisão preventiva.
Corpo do artigo
Na quinta-feira de manhã, uma semana depois de ter denunciado à GNR o desaparecimento da mulher, uma imigrante venezuelana de 36 anos, Rafael da Silva, de 46, português que viveu a maior parte da vida na Venezuela, foi detido pela Polícia Judiciária (PJ) por suspeitas de homicídio.
Após várias horas de interrogatório, o suspeito acabaria por confessar aos inspetores o lugar onde se encontrava o corpo de Arelys Rojas. O cadáver viria a ser encontrado pelas 21.30 horas, enterrado numa zona de mato, perto do Estradão da Lomba, a cerca de um quilómetro da moradia onde o casal vivia, em Quintã, Vagos.
Ao que tudo indica, Rafael da Silva terá assassinado a mulher com uma faca do mato, desferindo-lhe 13 golpes. Tê-lo-á feito movido por ciúmes, por desconfiar que Arelys Rojas – com quem mantinha um relacionamento desde que viviam na Venezuela, de onde saíram, para Portugal, há sete anos – o traía.
O desaparecimento da imigrante tornou-se público no início da semana passada, quando os colegas de trabalho de Arelys Rojas, que era funcionária da Grestel, uma fábrica de cerâmica em Vagos, colocaram nas redes sociais apelos para descobrirem o seu paradeiro. Ao mesmo tempo, multiplicaram-se os pedidos de ajuda de familiares, da Venezuela, que acusavam publicamente Rafael da Silva de não lhes contar o que acontecera.
Despedida amanhã
Ao primo, que vive no andar de baixo da mesma moradia, o suspeito alegou sempre que Arelys Rojas tinha saído para ir tomar café com uma amiga, deixando de dar notícias a partir daí. Ao JN, o mesmo familiar mostrou-se incrédulo com o desfecho, alegando que Rafael da Silva é uma pessoa “calma”. Adiantou, ainda, que nunca testemunhou nenhum episódio violento. “Tinham discussões como qualquer casal”, garantiu.
Nas redes sociais, a família da vítima tem escrito em comentários que quer transladar o corpo para a Venezuela. Por cá, os amigos anunciaram uma despedida informal amanhã, domingo, às 19 horas, no Santuário da Nossa Senhora de Vagos.