Um homem, luso-israelita, procurado nos Estados Unidos por crimes de corrupção e branqueamento, envolvendo contratos de milhões de dólares com o Estado das Filipinas, foi detido, pela Polícia Judiciária, em Cascais, onde vivia há cerca de sete meses.
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De acordo com a PJ, os factos ocorreram entre maio de 2015 e fevereiro de 2018, "período de tempo em que o suspeito terá participado num esquema de branqueamento de capitais que envolveu, pelo menos, um milhão de dólares em pagamentos de suborno efetuados ao presidente da Comissão de Eleições das Filipinas".
O suspeito terá comprado os favores do responsável filipino para obter a adjudicação de "três contratos, com um valor total aproximado de mais de 182 milhões de dólares americanos, a uma empresa fornecedora de máquinas de votação e serviços eleitorais sediada no Reino Unido e uma outra empresa sediada no sul da Flórida".
Em causa estava o fornecimento de máquinas de voto e serviços eleitorais para as eleições filipinas de 2016. O suspeito terá pago as luvas para obter os contratos, mas também para assegurar os pagamentos do material, mas também dos impostos.
De acordo com informações recolhido pelo JN, o homem, que não tinha qualquer tipo de atividade em Portugal, adquiriu a nacionalidade portuguesa há cerca de um ano, ao abrigo da naturalização de pessoas de origem sefardita.
"Com a sua conduta, poderá ser condenado numa pena de 20 anos de prisão", adianta a PJ que precisa que o cidadão luso-israelita ser levado ao Tribunal da Relação de Lisboa, para aplicação de medida de coação.