A procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, defende que "não pode haver qualquer tipo de complacência" para os atos de violência cometidos junto à discoteca Urban Beach, em Lisboa.
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"São casos preocupantes porque o grau de violência é elevado. Temos de estar atentos, não só para uma investigação rápida, mas também para acionarmos todos o meios de prevenção deste tipo de crimes", disse Joana Marques Vidal, à margem de um seminário promovido pela Eurojust em Lisboa.
A procuradora-geral da República sublinhou que para este tipo de violência "não pode existir qualquer tipo de complacência".
O episódio das agressões em Lisboa, que ocorreu na madrugada de quarta-feira, tornou-se público depois de ter começado a circular nas redes sociais um vídeo onde é possível ver alegados seguranças do clube noturno Urban Beach a agredirem violentamente dois homens, que aparentemente estavam indefesos e não demonstravam qualquer resistência.
Entretanto, o Ministério da Administração Interna ordenou o encerramento do espaço, alegando não só o episódio de quarta-feira mas também as 38 queixas sobre a Urban Beach apresentadas à PSP desde o início do ano.
Em comunicado enviado às redações, o administrador da Urban Beach, Paulo Dâmaso, defende que o crime, que ocorreu na madrugada de quarta-feira, "tem cara e é visível para todos os que visualizaram o vídeo", ocorreu na via pública e, por isso, é "um problema estritamente de segurança na via pública".
"Os referidos seguranças são funcionários da entidade PSG, única entidade responsável pelos mesmos", escreve o administrador da Urban Beach, que adianta que a discoteca já contactou a empresa exigindo a suspensão imediata dos seguranças envolvidos no caso e a instauração de processos disciplinares.
A empresa de segurança PSG, responsável pela segurança da discoteca, repudiou esta sexta-feira este tipo de comportamentos e garantiu que vai tomar todas as diligências para punir os responsáveis.
Em comunicado, a PSG - Segurança Privada, S.A. diz que teve conhecimento do caso através das imagens divulgadas nas redes sociais e em órgãos de comunicação social e garante que "os responsáveis serão punidos de forma exemplar, de acordo com a gravidade do comportamento".
As preocupações de Joana Marques Vidal são extensivas ao caso ocorrido, quarta-feira, em Coimbra, quando um homem de 57 anos e dois jovens de 24 anos foram agredidos com violência na rua por outros dois.
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O Ministério Público já abriu um inquérito sobre as agressões, investigação que decorre em articulação com a PSP.