O professor de Religião e Moral da Escola Secundária Camilo Castelo Branco, em Famalicão, que está a ser julgado por 87 crimes de abuso sexual de 15 alunas queria ser dispensado de estar presente nas sessões de julgamento. O coletivo de juízes indeferiu o pedido.
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O julgamento continua esta quinta-feira, no Tribunal de Guimarãs, com a audição das alegadas vitimas.
Fernando Silvestre está a ser julgado por abusos sexuais a alunas que frequentavam a companhia de teatro “O Andaime”, que fundou naquela escola e da qual era encenador. O Ministério Público (MP) diz que os abusos terão acontecido durante os ensaios e numa deslocação a um festival em Penafiel.
Na última sessão de julgamento, o docente requereu que o julgamento continuasse sem a sua presença sendo representado pela sua advogada por motivos relacionados com a sua saúde mental. Alega que se trata de um processo humilhante, que o leva a ser acompanhado pelo psiquiatra e psicólogo, e que a sua presença em julgamento o afeta, já que se sente numa posição “injusta” enquanto arguido. O docente diz estar a ser vítima de uma cabala montada por um grupo de pessoas.
Não obstante as justificações do professor, o tribunal considerou que não existe motivo que o impossibilite de estar presente nas sessões de julgamento. Assim, indeferiu o pedido por falta de fundamento legal.
No início do julgamento, em novembro, Fernando Silvestre ficou em silêncio, mas a sua defensora, Patrícia Cipriano, leu uma declaração aos jornalistas evocando a sua inocência. Acrescentou que o método de ensino de teatro utilizado pelo cliente é “universal e não contém qualquer abuso ou distorção sendo utilizado em todo o mundo civilizado”.
Mas, o professor decidiu falar ao coletivo de juízes na sessão seguinte, em dezembro, lendo também, uma declaração onde se diz inocente.
O tribunal está a ouvir as 15 alunas que terão sofrido abusos, com o arguido ausente da sala da audiências.