O socialite José Castelo Branco não pode entrar no hospital onde a mulher está internada e não poderá ocupar a casa do casal. O juiz de instrução criminal de Sintra ordenou a aplicação de pulseira eletrónica.
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José Castelo Branco, o “marchand” de arte que foi detido por suspeitas de maltratar a mulher, Betty Grafstein, de 95 anos, foi proibido pelo juiz de instrução criminal de Sintra de se aproximar da vítima, sublinhando o facto de o arguido não poder vir a ocupar a mesma residência que a joalheira. Na prática, José, a quem vai ser aplicada uma pulseira eletrónica, fica numa situação de sem-abrigo, uma vez que a habitação que ocupava é da mulher e é para onde esta irá quando tiver alta hospitalar.
Eram estas as medidas de coação que o Ministério Público pretendia, com vista a afastar Castelo Branco da mulher. O juiz Pedro Brito aplicou a proibição de contactos por qualquer meio com a vítima e de permanecer no hospital em que a mesma se encontre, além de lhe ter vedado a possibilidade de ocupar a casa de Cascais, “residência que a vítima vier a ocupar quando tiver alta hospitalar". O socialite está impedido de se aproximar, a menos de um quilómetro, "com recurso a meios técnicos de controlo à distância”, adianta um comunicado do Conselho Superior da Magistratura.
De hotel para casa de amiga
José Castelo Branco já tinha abordado a questão de ficar sem casa onde morar, há poucos dias. “Sem-abrigo” - terá sido assim que se intitulou à amiga Marluce Revorêdo Silva, ex-mulher de Carlos Cruz, no Estoril, durante uns dias, na semana passada. Isto depois de ter sido expulso de um hotel, na sequência de uma confusão num restaurante do Bairro Alto. Em Portugal, atualmente, o socialite não tem residência fixa, uma vez que a mansão que partilhava com Betty está arrendada ao empresário Pedro Pico.
Betty queixou-se a profissionais de saúde
José Castelo Branco foi detido pela GNR na segunda-feira. O processo começou após várias queixas da mulher junto de profissionais do Hospital CUF Cascais, onde está internada desde 20 de abril. Betty relatou a pelo menos dois enfermeiros e a uma psicóloga que era agredida e maltratada pelo marido. Aliás, o seu internamento, consequência de um fémur partido e ferimentos no braço esquerdo, teria sido resultado de “um empurrão” do próprio e não de uma queda acidental, como Castelo Branco alegara, quando o próprio levou a joalheira à CUF.
Fernando José Silva, um dos advogados de Castelo Branco, desvalorizou a colocação de pulseira eletrónica ao seu cliente. “É uma vigilância normal. O José não tem qualquer privação de liberdade de movimento. A única coisa que não pode é aproximar-se. Estamos numa fase preliminar e vamos esclarecer tudo”, disse o advogado, que negou a prática de qualquer crime por parte do seu cliente e lançou suspeitas sobre a atuação do Hospital Cuf de Cascais. “Há aqui uma situação excessiva. Há aqui uma grande preocupação por parte do hospital em imputar factos à pessoa em causa. Ainda não percebemos onde aconteceu a queda que provocou a fratura da vítima”, assinalou.