Um casal da zona do Porto foi detido pela Polícia Judiciária do Porto por fortes suspeitas de prostituir a filha, com 17 anos, para ultrapassar graves dificuldades económicas.
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Para tal, a troco de seis mil euros, deixou um empresário do ramo imobiliário praticar atos sexuais com a menor e ainda se sujeitou a entregar-lhe filmes e fotografias da família em poses pornográficas.
De acordo com a PJ, os crimes vinham sendo praticados desde há um ano. O marido é empresário, mas andava sem dinheiro. Começou por pedir emprestados cinco mil euros ao outro empresário, de 66 anos, residente em Santa Maria da Feira e proprietário de um património considerável. Depois, pediu mais mil euros.
Em contrapartida, o suposto benemérito começou por pedir fotografias da adolescente em poses pornográficas. A seguir, solicitou fotografias e filmes do casal em atos sexuais e ainda obteve autorização para fotografar a vítima em poses de cariz sexual. Por último, pediu para praticar sexo com a filha do casal a quem emprestara seis mil euros. A família aceitou e os atos sexuais foram consumados num apartamento na cidade do Porto, propriedade do empresário.
Denúncia com fotografias
O caso chegou à PJ através de uma denúncia anónima. Alguém terá tido acesso ao telemóvel do indivíduo e logrou extrair fotos da menor em poses pornográficas. A denúncia não identificava o empresário, mas a sua identidade foi descoberta durante a investigação.
Identificado o "cliente" e o casal suspeito de vender a filha para serviços de prostituição, a PJ avançou agora para detenções. Ao que soube o JN, durante as buscas foi apreendido material pornográfico que indicia que o empresário teria o mesmo tipo de atuação com outras jovens. Num dos casos detetados, a vítima tinha mais de 18 anos. A PJ investiga agora há quanto tempo decorreriam estas práticas, a fim de determinar se abrangeram algum período em que a jovem estava ainda na menoridade.
Suspeitos de crimes de pornografia infantil, recurso à prostituição e lenocínio de menor, os três detidos, com idades entre 36 e 66 anos, foram interrogados por juiz de instrução no Tribunal de Instrução Criminal do Porto, para aplicação de medidas de coação. Os três arguidos ficaram sujeitos a prisão preventiva.