Prostituta afirma que suspeito de matar grávida da Murtosa não usava preservativo
Uma prostituta que terá privado durante cerca de quatro anos com o empresário suspeito de assassinar a grávida desaparecida da Murtosa confirmou, no julgamento em Aveiro, que este seu cliente não tinha por hábito e não gostava de usar preservativo.
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O testemunho contraria a versão que o arguido Fernando Valente apresentou no julgamento, mas também na fase de inquérito do processo e até numa televisão, para assegurar que não podia ser o pai do bebé que Mónica Silva trazia no ventre quando desapareceu, com sete meses de gravidez, em 3 de outubro de 2023. A acusação sustenta que o arguido matou Mónica Silva para não assumir a respetiva paternidade.
No seu depoimento no Tribunal de Aveiro, a testemunha declarou que Fernando Valente era o seu cliente mais antigo e que ele só usou preservativo uma vez ou outra, no início do relacionamento de ambos. Depois, nunca mais usou o contracetivo, impondo isso como condição para recorrer aos seus serviços com uma regularidade semanal, disse.
A testemunha entrou e saiu do tribunal discretamente, por acessos alternativos. É, aliás, abrangida pela Lei de Proteção de Testemunhas, tendo nome de código no processo. Não conhece diretamente os factos da acusação, tendo sido ouvida para ajudar o tribunal a caracterizar o arguido.
A testemunha disse que conheceu Valente no final 2018 e que este se apresentava com aspeto cuidado. Deixou de ser contactada por ele em finais de 2022. Sensivelmente a altura em que aquele conheceu a Mónica Silva, como indicam as mensagens de telemóvel apresentadas pela irmã mais nova da vítima. A prostituta está mesmo convencida de que Valente deixou de ir ao seu encontro por ter conhecido Mónica Silva.
A mulher testemunhou ainda que recebia Valente num apartamento, no Grande Porto, e que ele também procurava "colo", não se limitando aos atos sexuais.