Um agente da PSP de 53 anos, suspenso de funções, foi condenado a seis anos de prisão efetiva por dois crimes de incêndios, explosões e outras condutas especialmente perigosas. O arguido, já condenado por violência doméstica, ateou fogo aos carros de uma associação que apoiou a ex-mulher e de uma prima dela que testemunhara contra si em tribunal.
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O polícia, natural de uma aldeia do Fundão e a exercer funções na esquadra da PSP da Covilhã, tinha sido condenado no final de 2021 por violência doméstica sobre a ex-mulher. No início de 2022, decidiu vingar-se de quem, no seu entender, tinha contribuído para a sua condenação.
A 28 de janeiro ateou fogo ao carro de uma associação de apoio a vítimas de violência doméstica que prestara ajuda à ex-mulher. A 15 de fevereiro, incendiou o carro de uma prima da vítima que testemunhara em tribunal.
Destruiu duas viaturas e danificou quatro
Os dois incêndios ocorreram durante a noite no centro da Covilhã e colocaram em risco várias viaturas e residências. No total, destruiu duas viaturas e danificou outras quatro, causando prejuízos no valor de 5100 euros. Todavia, os estragos teriam sido muito maiores não fora a pronta intervenção dos bombeiros.
O suspeito acabaria por ser detido, fora de flagrante delito, no dia do segundo incêndio na sequência de uma investigação da PJ, em colaboração com a PSP. Na altura, o polícia estava a ser monitorizado por uma pulseira eletrónica para prevenir que se aproximasse da ex-mulher. Esses dados de localização terão sido decisivos para o colocar no local e hora dos crimes.
Mais de 30 anos de carreira
Na altura da detenção, o agente, com mais de 30 anos de carreira, já se encontrava "desarmado e a prestar serviços de natureza administrativa e de apoio [telefonista], por força de um processo disciplinar anteriormente desencadeado pelo Comando da PSP" de Castelo Branco e que, na altura, se encontra em tramitação para aplicação de pena expulsiva.
O suspeito acabaria por ser colocado em prisão preventiva por ordem do Tribunal de Castelo Branco e sujeito a novo procedimento disciplinar. A 16 de dezembro foi condenado pelo Tribunal de Castelo Branco a seis anos de prisão por dois crimes de incêndios, explosões e outras condutas especialmente perigosas.