PSP apreende metralhadora em buscas sobre homem ligado a assassinato da Rua Escura
António Araújo Cabreira, de alcunha "Valquírio", que esteve envolvido nos confrontos que, no início do mês passado, terminaram com o assassinato, a tiro, de Josué “Boxista” Maia, num bar do Porto, foi constituído arguido, na sexta-feira, por posse de armas.
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Nas buscas feitas no Bairro do Cerco, Porto, e na Areosa, Rio Tinto, a PSP apreendeu quatro armas, entre as quais uma metralhadora, 130 munições e dois coletes balísticos.
A investigação que deu origem à operação de sexta-feira começou ainda antes do homicídio ocorrido à porta do bar “Sisha 13”, na Rua Escura, Porto, e foi motivada pelas imagens publicadas nas redes sociais, ao que tudo indica, por "Valquírio" e familiares a exibirem armas de fogo.
Recolhida parte da prova sobre o crime, os polícias da Divisão de Investigação Criminal solicitaram ao Ministério Público, ainda em março, mandados para realizar diligências nas residências dos alvos, mas, antes que os documentos fossem emitidos, deu-se, na madrugada de 4 de maio, o assassinato da Rua Escura.
As buscas realizar-se-iam na última sexta-feira e visaram não só a residência oficial de "Valquírio", como a habitação de familiares onde aquele se refugiou, para não ser alvo de vingança, desde que o sobrinho Daniel Maia Cabreira, conhecido por “Cenoura”, matou Josué “Boxista” Maia.
Metralhadora carregada
Na operação, a PSP apreendeu duas carabinas, uma pistola e uma metralhadora municiada com dois carregadores de munições 9mm. Esta arma de guerra estava escondida numa garagem associada à família de Valquírio e o proprietário foi detido. Já "Valquírio" foi, apenas, constituído arguido.
Nas buscas foram ainda apreendidas 130 munições, dois coletes balísticos, 13 mil euros e 200 gramas de heroína e cocaína. Uma viatura, alegadamente com matrículas falsas, também foi levada pela Polícia.
Sobrinho em prisão preventiva
"Valquírio" estaria no interior do bar “Sisha 13” e, pelas 5 horas de 4 de maio, ter-se-á envolvido em confrontos com Josué “Boxista” Maia. A contenda continuou no exterior do estabelecimento e terá sido nessa altura que Daniel “Cenoura” foi ao carro buscar uma pistola e disparou para defender o tio. As munições atingiram Josué Maia, provocando-lhe a morte.
Daniel “Cenoura” fugiu da Rua Escura e ainda esteve vários dias em local desconhecido, mas, em 13 de maio, entregou-se na Polícia Judiciária e foi posto em prisão preventiva.