Processo-crime está a ser preparado pela Direção Nacional da Polícia. Manifestação reuniu três mil pessoas opositoras ao uso de máscara
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A PSP está a elaborar um processo-crime contra os promotores da manifestação que, no passado sábado, juntou cerca de três mil pessoas, em Lisboa, contra a gestão que está a ser feita da pandemia e a imposição de regras como o uso de máscara e o recolher domiciliário obrigatório.
A Direção Nacional da PSP não presta declarações sobre o caso, mas o JN apurou que a queixa irá ser direcionada à Procuradoria-Geral da República e integra vários tipos de crimes. A instigação à violação das normas sanitárias, atentado à saúde pública e a não criação de condições de segurança e distanciamento físico são alguns deles.
Recorde-se que quase três mil pessoas manifestaram-se contra a gestão da pandemia de covid-19 em Portugal e por uma maior liberdade individual e social, num protesto que se repetiu também em diversas cidades europeias e mundiais.
A manifestação começou no Parque Eduardo VII e desceu pela Avenida da Liberdade até terminar no Rossio, onde se concentrou a maioria das pessoas, entoaram cânticos e foram proferidos os discursos dos representantes dos diversos movimentos envolvidos.
A grande maioria dos manifestantes apresentou-se sem máscara de proteção individual e não guardou distância social de segurança, tendo muitos ainda aparecido com bandeiras de Portugal e cartazes com mensagens de protesto, tais como: 'Covid-1984', 'Devolvam a liberdade', 'Deixem as crianças viver', 'O vírus são os media', 'Sabemos pensar e decidir' ou 'Costa, Marcelo e DGS: Vemo-nos em Nuremberga'.
Ao longo de mais de três horas de ação de protesto cantou-se ainda o hino nacional ou a 'Grândola Vila Morena', de Zeca Afonso, mas o foco esteve nos discursos dos diferentes oradores, que criticaram a dimensão das medidas de restrição e lembraram as vítimas não covid, que disseram ter ficado sozinhas e esquecidas nesta pandemia.
Esta ação foi organizada a partir da Internet e contou com a vigilância de um dispositivo da PSP que, naquele dia, não registou incidentes, com exceção de alguns autos levantados por consumo de álcool na via pública.