PSP foi à procura de pirotecnia e apreendeu 2,6 quilos de drogas a membro de claque
Adepto do Sporting Clube de Braga foi alvo de busca depois de se ter envolvido em rixa com rivais de Guimarães. Agora está a ser julgado por tráfico de estupefacientes.
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Tinha participado, em 2024, numa rixa após um jogo de futebol entre o Sporting Clube de Braga e o Vitória de Guimarães. E é membro de uma claque (não oficial) do clube. Por causa disso, a PSP, no dia 24 de junho de 2024, pelas 7 horas, fez uma busca na casa do suspeito de Bruno V., de 34 anos, que era suspeito de participação em rixa no âmbito de espetáculo desportivo ou em acontecimento relacionado com o fenómeno desportivo. A Polícia ia à procura de artefactos pirotécnicos mas encontrou 2,6 quilos de cocaína e ecstasy (MDMA).
O arguido, que começou na semana passada a ser julgado no Tribunal de Braga por tráfico agravado e está em prisão preventiva, confessou aos juízes que era dele a droga encontrada no seu quarto, apenas quatro gramas, mas que eram para consumo próprio. A restante, 1,6 quilos de cocaína e um quilo de ecstasy ( valendo no mercado, respetivamente, 78 e 93 mil euros, encontrados no quarto de um filho, era de um amigo que lhe pediu para a guardar, tendo-lhe dado por isso dois mil euros.
No julgamento, o tribunal ouviu duas testemunhas, uma delas um agente da PSP da brigada antidroga, que disse que o arguido não tem antecedentes nem estava referenciado. O patrão da empresa onde trabalhava o arguido antes de ser preso disse que “voltará a recrutá-lo, dado ser bom trabalhador e bom pai”.
A acusação diz que, “o estupefaciente encontrava-se em estado puro, podendo ainda ser cortado, aumentando, assim, largamente a quantidade a transacionar pelo arguido e em consequência o número de doses, e bem assim, a compensação remuneratória”.
Sublinha que o arguido “fazia parte de uma claque do Sporting Club de Braga - que não tem claques oficiais nem apoia nenhuma - local onde contactava com outros indivíduos, a quem vendia grandes quantidades de produtos estupefacientes, essencialmente, para posterior revenda, auferindo avultadas quantias monetárias”.
O Ministério Público concluiu ainda que mantinha conversas de através de chat, as quais eram apagadas pelo mesmo ou autodestruídas. E detetou, na rede social Telegram, vários contactos que fez com compradores ou consumidores.
A Polícia apreendeu-lhe, também, balanças, colheres, tesouras, caixas em plástico, sacos de plástico, que “eram pelo arguido utilizados no corte, pesagem e doseamento dos estupefacientes”.