A criminalidade geral aumentou, ainda que ligeiramente, no ano passado em Viseu e em Lamego, cidades patrulhadas pela PSP. Já a criminalidade violenta e grave desceu, quando comparado com 2019, o ano anterior à pandemia, anunciaram hoje o ministro da Administração Interna (MAI) e o comandante da Polícia de Segurança Pública de Viseu, nas cerimónias de comemoração dos 146 anos da força policial na cidade de Viriato.
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"O ano de 2022 apresenta uma tendência de ligeiro aumento na criminalidade geral (4,9%), enquanto que sobre a criminalidade violenta e grave, é verificável uma clara tendência de significativa diminuição (13,8%)", referiu o superintendente Pedro Sousa, comandante da PSP de Viseu, salientando os "baixos índices de criminalidade registados" nas cidades patrulhadas pela polícia e o "sentimento de segurança das comunidades".
Já o ministro José Luís Carneiro explicou que os dados refletem em grande parte os "chamados crimes de proatividade policial, que resultam da ação direta da PSP, como seja por exemplo a condução sobre o efeito de álcool ou a posse de armas proibidas, que registam um aumento de 193% e das detenções que aumentaram 268,2% face a 2019". "Quanto à criminalidade violenta e grave esta apresenta um recuo de 13,8%", destacou.
Segundo o comandante da PSP de Viseu, a força policial efetuou, em 2022, "522 detenções, na sequência de vários ilícitos criminais, bem como no cumprimento de mandados judiciais".
"Duzentos e sessenta e cinco cidadãos foram detidos por condução de veículos com taxa de álcool superior ao legalmente permitido, na sequência de realização de 410 operações de fiscalização, tendo sido controlados 12.807 condutores", disse.
Já "no âmbito da valência de investigação criminal foram iniciados 1.660 inquéritos crime, sendo concluídos 1.537, tendo sido constituídos arguidos 544 suspeitos, pela prática de vários crimes". "Foram cumpridas 831 diligências processuais através de cartas provatórias", acrescentou.
O superintendente Pedro Sousa realçou ainda que a PSP de Viseu não executou no último ano tudo aquilo que tinha planeado, chamando a atenção para "a urgente reabilitação do edifício da divisão policial de Lamego".
"Por outro lado, também se considera necessária a efetiva criação formal da divisão policial de Viseu, situação que também se encontra a ser equacionada pela direção nacional da PSP", avançou.
O comandante da Polícia de Segurança Pública em Viseu defendeu ainda ser preciso continuar "a promover uma presença policial inteligente nos espaços públicos, que no caso específico de Viseu poderá vir a ser num futuro próximo complementada com a instalação de um sistema de videovigilância".
Autarquia pede mais meios
Por seu lado, o presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas, pediu mais polícias e mais condições para os agentes da autoridade.
"Por isso, me dirijo a si, senhor ministro, vincando a necessidade de continuar a apetrechar as forças de segurança das condições para que possam continuar a desenvolver de forma elevada a missão que lhes é confiada", afirmou.
"Temos que reforçar os efetivos nesta região. Uma responsabilidade que o Estado Central não pode nem vai certamente descurar. Os reforços de efetivos, de meios, de condições de trabalho e de equipamentos, são indispensáveis", alegou.
O autarca do PSD disse ainda que Viseu quer "continuar ser uma cidade segura", sublinhando que com esse objetivo está a ser estudada "a possibilidade de implementação de videovigilância, bem como a realização de várias sessões de sensibilização numa parceria entre a PSP e as Juntas de Freguesias".
Obras em Lamego
Respondendo ao comandante da PSP de Viseu e ao presidente da Câmara viseense, o Ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, realçou que em sede de Orçamento do Estado estão previstos investimentos de mais de 600 milhões de euros, um dos quais no distrito referido.
"Neste âmbito destaco o projeto de reabilitação do edifício da PSP de Lamego, um investimento estimado em 750 mil euros, cujo projeto de execução está em fase final de revisão e que constitui uma das prioridades de investimento em termos de infraestruturas", adiantou.
Videovigilância
Já quanto ao sistema de videovigilância para Viseu, que é reclamado há vários anos, o governante demonstrou "empenho e total disponibilidade na rápida materialização" deste projeto e prometeu mesmo "apoio do ponto de vista técnico naquilo que for necessário".
"Viseu é um dos municípios que quer avançar com essa experiência, à semelhança de outras cidades do país, e o que foi transmitido ao senhor presidente da câmara é que tudo procuraremos fazer para o apoiar nesse objetivo", disse aos jornalistas José Luís Carneiro.