PSP suspenso 90 dias por discriminar ciganos e homem que invadiu missa
A ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, agravou a sanção disciplinar de suspensão, de 45 para 90 dias, aplicada a um agente da PSP, por três publicações discriminatórias no Facebook, visando, numa delas, um homem que invadiu uma missa no Entroncamento, e, noutras duas, pessoas de etnia cigana.
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A primeira publicação foi feita em novembro de 2020 e referia-se a um cidadão de origem africana que havia interrompido uma missa no Entroncamento com uma mensagem contra o cristianismo. “Urubus desses deviam ser logo despenados e mergulhados em alcatrão e corridos a pontapés até ao buraco de onde saiu [sic]”, comentou o polícia. A segunda publicação, de fevereiro de 2021, visava uma manifestação levada a cabo por pessoas de etnia cigana. “Ai se eu lá estivesse, era bolacha com fartura, alguns já conheceram as minhas mãos”, escreveu. Já a terceira publicação, de março de 2021, dizia respeito a dois familiares daquela etnia que, alegadamente, tinham esfaqueado uma pessoa no pescoço, mas foram libertados. “Se fosse comigo já tinham comido vermes da terra”, escreveu.
A instrutora da Inspeção-Geral da Administração Interna e a então inspetora-geral propuseram uma pena de suspensão de 45 dias, suspensa na sua execução por um ano, por entenderem que o arguido “discriminou e desrespeitou os cidadãos ou grupo de cidadãos visados na publicação por causa da sua origem étnico-racial e religião, sem qualquer razão que o justifique”.