Quando os filhos são vítimas das separações: agredida por chamar pai a padrasto
Conflitos parentais tendem a agudizar-se com o término das relações e menores pagam a fatura.
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Um homem foi multado em mais de mil euros por ter batido na filha, de 12 anos, porque esta chamava pai ao padrasto, em Vila Franca de Xira. Já em Setúbal, um progenitor vai ser julgado por ter partido uma raqueta nas costas da filha, de dez anos, que se recusou a cumprimentar a sua atual companheira. As separações dos pais tendem a gerar conflitos em que os filhos acabam por ser vítimas de crimes, por persistir, por vezes, a ideia de que se educa batendo.
“Hoje em dia, existem estudos que dizem que bater numa criança, além de a humilhar, de a fazer sentir-se triste, deprimida e com baixa autoestima, pode estimular a produção em excesso de cortisol [hormona], o que leva ao desenvolvimento de problemas de saúde”, afirma, ao JN, o presidente do Instituto de Apoio à Criança (IAC), Manuel Coutinho, rejeitando o argumento de que as consequências para a saúde dos menores são temporárias.