Os quatro detidos na quarta-feira por suspeitas de envolvimento nas agressões na Academia do Sporting, em maio, vão aguardar o desenvolvimento do inquérito em prisão preventiva.
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Entre estes quatro detidos estão o ex-líder de claque do Sporting Juventude Leonina Fernando Mendes e o condutor e os ocupantes da viatura que no dia das agressões entrou nas instalações da Academia do Sporting em Alcochete e retirou alguns dos alegados agressores.
Dos quatro detidos, apenas Joaquim Costa, um dos ocupantes da viatura, não prestou declarações no primeiro interrogatório.
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Após esta diligência, em comunicado distribuído aos jornalistas, o tribunal justificou a aplicação da medida de coação mais gravosa, devido aos "tipos de crime que lhes são imputados" e por se verificarem perigo de fuga, perturbação do inquérito, "continuação da atividade criminosa, bem como de grave perturbação da ordem e tranquilidade públicas".
Nesta argumentação, o juiz assentou a decisão ainda na "natureza dos ilícitos em causa e à visibilidade social que a prática dos mesmos implica, considerando, principalmente, o aumento do número e da gravidade dos comportamentos associados ao fenómeno desportivo".
De acordo com a Procuradoria Distrital de Lisboa (PGDL), os quatro detidos foram constituídos arguidos "por existirem fortes indícios de comparticipação" na invasão e agressões ocorridas na Academia do Sporting, em 15 de maio.
Segundo a mesma fonte, os factos em causa são "suscetíveis de integrar a prática dos crimes de introdução de lugar vedado ao público, ameaça agravada, ofensa à integridade física qualificada, sequestro, dano com violência, detenção de arma proibida agravada, incêndio florestal, resistência e coação sobre funcionário e terrorismo".
O advogado Francisco Macedo, defensor de Nuno Torres, o arguido que conduzia a viatura, afirmou que o seu cliente nada teve a ver com as agressões e que foi convidado para uma conversa com os jogadores na Academia, convite pelo qual se terá sentido muito honrado. Garantiu ainda que o seu constituinte desconhecia os incidentes que, entretanto, tinham ocorrido no local.
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Francisco Macedo defendeu ainda a ideia de que os quatro detidos não podem ser responsabilizados pelos mesmos crimes imputados aos outros 23 arguidos detidos no dia 15 de maio, pouco depois dos incidentes, e que se encontram a aguardar julgamento em prisão preventiva.
No dia 15 de maio, a equipa de futebol do Sporting foi atacada na Academia do clube por um grupo de cerca de 40 alegados adeptos encapuzados, que agrediram técnicos, jogadores e funcionários.
Na altura a GNR deteve 23 dos atacantes, que permanecem em prisão preventiva.