São três as estruturas do Estado que têm como missão prevenir e combater o Cibercrime em Portugal. Sempre que soam alarmes no ciberespaço, a Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T), o Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) e o Serviço de Informações de Segurança (SIS) trabalham em sintonia com partilha de informação, para proteger Portugal de ataques informáticos, mas também investigá-los e levar os piratas aos tribunais.
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Foi em 2015, quando o país começava a observar uma explosão de crimes ligados aos ambientes digitais, que foi criada a UNC3T. É uma unidade operacional especializada que dá uma resposta estrutural, preventiva e repressiva ao fenómeno do cibercrime, mas também do ciberterrorismo. A PJ já dispunha de unidades especializadas em criminalidade informática, mas a criação da UNC3T revelou-se necessária para dotar a investigação de uma capacidade transversal de resposta, com capacidade de apoiar todas as outras áreas da PJ. Recolher, tratar e difundir dados relativos a ciber-intelligence para apoio às investigações, à cooperação policial internacional e à prevenção de atos de cibercrime, assim como desenvolver ações de contrainformação criminal fazem parte das missões daquela unidade.
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O CNCS atua como coordenador operacional, mas também como a autoridade nacional em matéria de cibersegurança junto das entidades do Estado, operadores de infraestruturas críticas nacionais, operadores de serviços essenciais e prestadores de serviços digitais. Os técnicos do CNCS, que foi criado em 2014, organizam treinos e sensibilizações sobre o uso do ciberespaço. Disseminam alertas, além de analisarem e produzirem informações sobre ataques informáticos que tenham afetados organizações nacionais. Tem ainda como missão coordenar respostas a incidentes que afetem o ciberespaço de interesse nacional, como foi o caso da Vodafone ou dos recentes ataques a grupos de média.
O SIS partilha com estas duas estruturas toda a informação sensível que conseguiu angariar sobre os ataques. Os espiões estarão atentos, por exemplos, aos fenómenos de ataques informáticos patrocinados por Estados, destinados a obter informação classificada ou promover instabilidade social.
Também especializado no combate à criminalidade informática, o Gabinete Cibercrime da Procuradoria-Geral da República, enquanto titular da ação penal, orienta as investigações para levar os autores de crimes a julgamento.