Um homem, de 41 anos, foi raptado na quarta-feira, 10 de janeiro de 2024, na estação de metro da Amadora-Este, devido a uma dívida de 80 mil euros do irmão. Dois dos alegados autores do sequestro, de 37 e 39 anos, foram já detidos pela Polícia Judiciária (PJ), enquanto os restantes três permanecem a monte.
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De acordo com informações recolhidas pelo JN, tudo começou quando o irmão da vítima recebeu uma transferência de 80 mil euros, com obrigação de encaminhar o dinheiro para uma terceira parte. Só que, na quarta-feira, esta última transferência ainda não se teria concretizado e o homem foi contactado pelos credores.
Nessa altura, terá garantido que já remetera o dinheiro e que guardara o comprovativo da operação bancária no computador, então na posse do irmão. Terá então combinado que este iria, à tarde, à estação de metro da Amadora-Este para o mostrar. Sem qualquer documento para exibir, o irmão acabou por ser raptado e espancado por um grupo de cinco pessoas.
"A vítima foi atraída a um local público, na localidade da Amadora, de onde foi levada à força, tendo ficado privada da liberdade durante várias horas, sujeita a agressões físicas e constantes ameaças contra a sua vida, com recurso a uma arma de fogo", refere esta sexta-feira, em comunicado, a PJ.
Durante esse período, apurou o JN, alguns dos suspeitos ainda foram a casa do devedor para cobrar os 80 mil euros, mas este ausentara-se da habitação para denunciar na PSP o rapto do irmão. Este último terá sido, mais tarde, libertado pelo grupo.
Dívida com origem ilícita
Por esclarecer, está ainda a origem da dívida, que, acreditam as autoridades, está relacionada com negócios ilícitos. Uma das possibilidades em cima da mesa é a de o irmão da vítima ter atuado como "mula de dinheiro", ou seja, disponibilizado, a troco de um pagamento, a sua conta bancária para branquear montantes resultantes de práticas criminosas
Os dois detidos são, esta sexta-feira, apresentados a tribunal, para eventual aplicação das medidas de coação. Em causa estão indícios da prática dos crimes de rapto, roubo e ofensas à integridade física.
Entre os três cúmplices que continuam em fuga, está o mentor do sequestro. As diligências da PJ para encontrar os suspeitos a monte prosseguem.