Um recluso com problemas psiquiátricos, detido no Estabelecimento Prisional de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, Açores, foi internado em estado grave com sinais de hipotermia após ter sido colocado em isolamento apenas com roupa interior, numa cela com uma cama de metal sem colchão e dois cobertores.
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Segundo a CNN Portugal, que avança a notícia, a medida foi determinada pelo diretor da prisão, Armando Coutinho Pereira, mesmo após um pedido, que foi recusado, de uma enfermeira para agasalhar o preso.
O caso gerou indignação entre guardas e profissionais de saúde, tendo a Associação Portuguesa de Apoio ao Recluso já feito chegar uma queixa ao procurador-geral da República, Amadeu Guerra, e à secretária de Estado Adjunta e da Justiça, Maria José Barros.
O canal de televisão refere que o recluso, que já havia provocado incêndios anteriormente, foi encontrado várias vezes debilitado na cela antes de ser hospitalizado.
À CNN Portugal, a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais confirmou o internamento e a futura transferência do recluso para a Clínica de Psiquiatria e Saúde Mental do Estabelecimento Prisional de Santa Cruz do Bispo, em Matosinhos, mas não comentou as denúncias efetuadas ao Ministério Público.
Especialistas e entidades ouvidas pelo canal criticam a atuação do diretor, considerando-a desumana, desproporcional e violadora dos direitos humanos.
"Nem em El Salvador os presos são tão mal tratados, ao menos lá têm uma t-shirt e uns calções", comentou Frederico Morais, presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, em declarações ao canal.