Um recluso da cadeia de Paços de Ferreira foi agredido na cabeça com uma perna de um banco de madeira e esfaqueado com uma faca artesanal. O agressor foi outro preso que, nesta sexta-feira e logo após o ataque, foi colocado em isolamento.
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Segundo o JN apurou, tudo aconteceu no final da tarde desta sexta-feira, entre um preso, de 39 anos e na cadeia desde 2016, e outro, de 30 anos e preso desde 2017.
A Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) confirma que, #na sequência de uma altercação entre dois reclusos, um deles foi agredido na cabeça com o pé de um banco em madeira”. Fonte oficial acrescenta que, “por precaução, o recluso foi conduzido a hospital do SNS, onde foi observado”, e só então foi “detetado um pequeno ferimento resultante de objeto cortante artesanal”.
“Após noite de observação no hospital do SNS aguarda-se, a todo o momento, a emissão da alta clínica para retorno ao estabelecimento”, antevê a DGRSP. Este organismo diz, ainda, que “como decorre do legalmente previsto, os reclusos envolvidos nesta ocorrência estão em medida cautelar de confinamento, enquanto decorrem os procedimentos disciplinares previstos em lei”.
Cadeia a “ferro e fogo”
Fonte prisional garante que o caso foi mais grave do que admitido pela DGRSP e que a vítima foi atacada não por um, mas por dois presos. Refere igualmente que, em conjugação de esforços, ambos terão esfaqueado três vezes o opositor, tendo-lhe causado ferimentos graves.
O dirigente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, Frederico Morais, alega que o esfaqueamento de um recluso na cadeia de Paços de Ferreira “vem provar que a falta de guardas e de medidas disciplinares mais rigorosas têm estas consequências”. “Temos vindo, ao longo deste último ano, a alertar a tutela para esta situação, bem como para a gravidade da situação em que se encontram as cadeias portuguesas", lembra.
Outra fonte prisional avança que este ataque a um recluso acontece numa altura em que a prisão de Paços de Ferreira “está a ferro e fogo” devido a “guerras entre diferentes grupos de presos” para o controlo do estabelecimento prisional.