Um recluso fugiu, esta quinta-feira, da cadeia de Elvas. Percorreu cerca de um quilómetro, ao longo de 30 minutos, mas seria apanhado por guardas prisionais. Levado de volta à prisão, está numa cela separada, à espera da punição disciplinar. Os chefes da Guarda Prisional voltam a alertar para o risco de mais fugas.
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Segundo o JN apurou, eram quase 18 horas quando aconteceu a fuga. O recluso, com cerca de 35 anos e que trabalha na cozinha do estabelecimento prisional, estava a ajudar a transportar as refeições de uma carrinha, estacionada dentro do perímetro da cadeia, para a copa da prisão e, mesmo vigiado por alguns guardas, correu em direção ao muro, subiu pela grade e ultrapassou a vedação que, no total, terá cerca de dois metros de altura e não está protegida por arame farpado ou outro tipo de mecanismo de segurança.
Já na rua, o presidiário continuou a correr em direção ao centro da cidade e foi perseguido por um guarda e um chefe prisional. A fuga estendeu-se por cerca de 30 minutos, ao fim dos quais os elementos da Guarda Prisional intercetaram o fugitivo, junto ao Estádio do Elvas.
Levado de regresso para a cadeia, o recluso foi encarcerado numa cela individual. É aqui que aguardará a medida disciplinar que lhe será aplicada. Informações recolhidas pelo JN dão conta que o fugitivo está preso há cerca de dois anos, por tráfico de droga, e enfrenta um segundo processo, por violência doméstica, que ainda não terminou. É a segunda vez que está preso.
O presidente da Associação Sindical de Chefes da Guarda Prisional, Hermínio Barradas, confirma a fuga e assegura que esta resutou "do edificado desadequado ao perfil dos reclusos atuais e à falta de guardas prisionais" nas prisões portuguesas.
Nesta quinta-feira, a cadeia de Elvas dispunha do efetivo mínimo para garantir a segurança do estabelecimento prisional.
Esta cadeia está classificada como sendo de segurança alta, tem 160 reclusos e uma sobrelotação de 120%. Tem ainda 38 guardas ao serviço, mas oito deles estão de baixa médica longa.
Um muro com cerca de metro e meio de altura e uma grade que eleva a vedação aos dois metros é a única segurança existente.
Ainda nesta semana, a Associação Sindical de Chefes da Guarda Prisional tinha alertado para a possibilidade de fugas, devido à falta de condições das cadeias portuguesas.