A cadeia do Linhó, em Cascais, está sem água há três dias. A denúncia é feita pela Associação Portuguesa de Apoio ao Recluso (APAR), que revela ainda que, devido a uma greve dos guardas prisionais, os reclusos desta prisão permanecem fechados nas celas 23 horas por dia.
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“Os reclusos estão impedidos de fazer a sua higiene, de limpar as celas e de beber água”, lamenta a APAR.
Em comunicado, a associação refere que, por não poderem “usar os sanitários, muitos dos reclusos fazem as suas necessidades fisiológicas em sacos de plástico que, depois, atiram pelas janelas para os pátios, que ficam imundos”. “Garantem que as ratazanas, nesses espaços, são às dezenas”, alerta a APAR.
Ainda segundo a associação, “os reclusos mais pobres, sem possibilidade de comprar água, não têm recebido qualquer garrafa com esse líquido da parte do estabelecimento prisional”.
A avaria, sustenta a APAR, não estará localizada no estabelecimento prisional, mas sim com problemas “na distribuição de água”. Mesmo assim, os dirigentes associativos consideram “imprescindível o fornecimento urgentíssimo, de água por outras vias”
Água sem pressão
Confrontada pelo JN, a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) confirma a falta de água, garante que está distribuir garrafas pelos reclusos e promete resolver o problema rapidamente.
“Ao final da tarde de dia 16 de dezembro, verificou-se uma súbita diminuição na pressão da água que abastece o estabelecimento prisional do Linhó, sendo que na Ala B e na Secção de Segurança só há água nas torneiras dos pátios”, começa por explicar.
Fonte oficial assegura que “foram imediatamente desencadeados os procedimentos para apurar a causa desta quebra na pressão da água” e, “descartada a existência de avaria das bombas de água, diligenciou-se, tanto através de empresas privadas, como da das Águas de Cascais, no sentido de se verificar se haveria, e onde, alguma fuga”.
Segundo a DGRSP, a “fuga foi localizada ao final da tarde de ontem, dia 17 de dezembro, estando a proceder-se à sua reparação, pelo que se prevê que o problema se encontre sanado nas próximas horas”.
Baldes distribuídos pelos reclusos
“Para suprir este problema no abastecimento está a ser distribuída água engarrafada a todos os reclusos do estabelecimento prisional e a permitir que os reclusos da Ala B, faseadamente, se abasteçam de água para sanitários nas torneiras do pátio, sendo que os elementos da vigilância estão a fornecer baldes de água para uso sanitário dos reclusos que se encontram na secção de segurança”, acrescenta a DGRSP.
A mesma fonte refere que “os reclusos foram informados, pela diretora e pela chefia da guarda prisional do estabelecimento, sobre as diligências que estão a ser desenvolvidas para o resolver o problema da falta pressão da água e dos procedimentos que serão seguidos para minorar os transtornos decorrentes desta situação, cuja resolução se prevê para as próximas horas”.
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