O Tribunal da Relação de Guimarães diminuiu em dois meses a pena de 18 anos e oito meses de prisão aplicada em Braga ao homem que matou, por asfixia, em novembro de 2020, uma mulher, sua amante. Os juízes mantiveram a condenação da coarguida, em primeira instância, numa pena de 17 anos e meio.
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Júlio Pereira de Araújo e Maria Helena Gomes foram sentenciados por homicídio qualificado, profanação de cadáver e falsidade informática. A pena dela foi inferior, visto que os juízes tiveram em conta que a mulher aceitou contar o modo de execução do crime à Polícia Judiciária de Braga, tendo feito a sua reconstituição.
Os arguidos terão, ainda, de pagar 30 mil euros a dois familiares da vítima.
Ambos recorreram para a Relação, argumentando que as penas deviam ser atenuadas, mas os juízes apenas atenderam ao facto de o arguido, após o levantamento de 220 euros de uma caixa multibanco feito logo após o homicídio (crime informático), ter restituído o dinheiro à família da vítima, o que é uma atenuante.
Em novembro de 2021, conforme o JN noticiou, o Tribunal de Braga entendeu que o crime foi premeditado e feito de forma "censurável e insidiosa", já que a vítima foi dormir num dos quartos do apartamento - sito no bairro do Fujacal, em Braga - sem saber que corria perigo de vida. E anotou que ambos trabalharam para esconder o cadáver.
O coletivo não achou credíveis as versões dos arguidos, que se culparam mutuamente do crime, ele dizendo que foi a mulher que o cometeu e ela que apenas ajudou e assistiu.
Morta com pano e lixívia
A acusação dizia que a vítima, Maria da Graça, de 69 anos, dormia num quarto do apartamento de Júlio - que vivia com a Helena e era amante da vítima - quando foi morta por asfixia com um pano com lixívia. O crime foi motivado por a vítima querer anular um testamento em que deixava um apartamento a Júlio.
Após o homicídio, o arguido foi ao Multibanco com o cartão dela e levantou 220 euros. Na noite seguinte, o corpo foi embrulhado em sacos de plástico e levado para um caminho rural em Montélios, onde seria encontrado por transeuntes.
Júlio havia telefonado para uma funerária, para tentar enterrar a vítima sem procedimentos legais, e ligou a amigos comuns dando conta do seu desaparecimento.