Falsificou identidades e recibos de vencimento para obter milhões em empréstimos. Depois simulava negócios e ficava com os montantes.
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Wanderley esteve menos de um mês em Portugal: de 12 de fevereiro a 10 de março de 2024. Foi o tempo suficiente para contrair um empréstimo de 262 mil euros e comprar um T2 por 350 mil euros em Sagres. Regressou ao Brasil sem qualquer intenção de usar o imóvel, muito menos de o pagar. Terá recebido entre mil e três mil euros para ser testa de ferro ou “laranja”, na gíria brasileira.
Wanderley, 24 anos, foi apenas um dos muitos “fantoches” usados por uma organização criminosa sediada no Algarve que, através de documentos falsificados, conseguiu contrair 292 financiamentos e comprar 309 imóveis no valor de 39,5 milhões de euros. As habitações eram rapidamente vendidas a terceiros ou postas a render no alojamento local, ficando os empréstimos por pagar. O esquema, que se terá iniciado em 2015, foi desmantelado no mês passado pela Polícia Judiciária, que deteve seis dos principais membros da organização (ler ficha).