Relação agrava para 20 anos pena a homicida do Carnaval de Torres Vedras
Arguido fora condenado a 14 anos de prisão, mas tanto a defesa como o Ministério Público recorreram da decisão.
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O ambiente era de festa e alguma euforia, com milhares de pessoas nas ruas, “como é próprio do Carnaval de Torres Vedras”. Pedro Silva, de 32 anos, vinha tão-só a caminhar pela rua quando Bruno Romão, de 22, o viu, decidiu correr na sua direção e, sem qualquer motivo “relevante ou irrelevante, torpe ou fútil”, o agrediu e o esfaqueou no coração, deixando-o entregue à sua sorte em plena zona histórica da cidade. Condenado a 14 anos de prisão pelo homicídio, o arguido viu o Tribunal da Relação de Lisboa elevar-lhe a pena de reclusão para os 20 anos.
O caso remonta a 25 de fevereiro de 2022. Após ter participado num jantar de aniversário, o arguido, munido de uma faca com nove centímetros de lâmina, foi até ao centro de Torres Vedras celebrar o Carnaval. Já na manhã do dia seguinte, pelas 8 horas, ao aperceber-se de que junto a um bar caminhava a vítima, de imediato correu até ela. Ao se aproximar, e sem lhe dirigir qualquer palavra, empurrou-a e deu-lhe murros. O ofendido defendeu-se e ambos acabaram por cair no chão. Após se levantarem, o arguido tentou novamente agredi-lo, tendo, numa dessas investidas, “e sem que aquele se apercebesse”, espetado a faca por debaixo do mamilo esquerdo, atingindo-o no coração. O ofendido afastou-se com as mãos no peito, encostou-se à parede e escorregou até cair no chão, onde veio a morrer.