Relação duvida que Mamadou Ba tenha acusado Mário Machado de matar jovem negro
O Tribunal da Relação de Lisboa expressa, na decisão em que anulou a condenação de Mamadou Ba por ter difamado Mário Machado, reservas quanto ao entendimento da primeira instância de que o ativista antirracista acusou o militante neonazi de, em 1995, ter sido o "assassino" do jovem negro Alcindo Monteiro, em Lisboa.
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No acórdão, os juízes desembargadores ordenam ainda ao Tribunal Local Criminal de Lisboa que, ao proferir a nova decisão, atente a toda a prova que foi produzida no julgamento para fazer "a devida contextualização da publicação" na origem do processo, em particular "no que toca à ideologia e práticas do assistente [Mário Machado] ao tempo da morte de Alcindo Monteiro, conotáveis com ideários percebidos como violentos e discriminatórios, e ao papel cívico desempenhado entretanto nessas matérias pelo arguido [Mamadou Ba]".
Em causa está uma publicação nas redes sociais, datada de junho de 2020, na qual o ativista antirracista defendeu que o militante de extrema-direita foi "uma das figuras principais do assassinato", de 10 para 11 de junho de 1995, de Alcindo Monteiro, no Bairro Alto, em Lisboa. O objetivo seria comparar o "escrutínio público" de que Mário Machado é alvo com sua quase total ausência quanto a João Martins, que, ao contrário do atual porta-voz do movimento 1143, foi condenado e cumpriu pena pelo homicídio do jovem negro.