Ricardo Salgado vai ter de permanecer na sua residência, sem pulseira eletrónica, e só poderá ausentar-se com autorização do juiz. Esta foi a medida de coação aplicada ao antigo presidente do BES, que esteve durante toda a sexta-feira a ser ouvido pelo juiz Carlos Alexandre, a pedido do Ministério Público.
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O ex-presidente-executivo do BES esteve a ser ouvido enquanto arguido no Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), em Lisboa, depois de um requerimento do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP). Os procuradores pretenderam limitar a liberdade do ex-líder do BES, aplicando medidas de coação mais gravosas do que o termo de identidade e residência.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) revelou, em comunicado, que Salgado foi constituído arguido no dia 20 de julho, "no âmbito das investigações relacionadas com o denominado "Universo Espírito Santo' ". Advogado anunciou que vai recorrer da decisão.
Até ao momento, estas investigações já deram origem à constituição de seis arguidos, estando em causa suspeitas de "crimes de falsificação, falsificação informática, burla qualificada, abuso de confiança, fraude fiscal, corrupção no setor privado e branqueamento de capitais", refere ainda o comunicado.
No DCIAP, decorrem "cinco inquéritos autónomos e 73 inquéritos, que se encontram apensos a um daqueles", revela ainda a PGR.
A audição do ex-presidente do Banco Espírito Santo está relacionada com o arresto de bens realizado pelas autoridades, em maio e junho, segundo uma funcionária do tribunal.
A mesma fonte adiantou que, durante a inquirição, que decorreu durante todo o dia, Ricardo Salgado terá sido confrontado com a prova indiciária contra si, no âmbito do caso BES/GES.
Ricardo Salgado, adiantou a mesma fonte, deslocou-se ao tribunal pelos próprios meios.
*com Lusa