Ricardo Salgado, antigo presidente do Banco Espírito Santo (BES), vai enfrentar um novo julgamento, desta feita por alegada corrupção de um antigo vice-presidente do Banco do Brasil. Terá dado 1,6 milhões de euros para que fosse aprovada uma linha de crédito.
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A notícia chegou ao banqueiro esta segunda-feira, precisamente no mesmo dia em que soube que ia a julgamento no caso do Banco Espírito Santo Angola (BESA), com Álvaro Sobrinho, ex-presidente daquele banco e Amílcar Morais Pires.
Segundo o "Observador", Ricardo Salgado e vários ex-diretores do BES e do Grupo Espírito Santo vão a julgamento num caso que envolve Allan Simões Toledo, ex-vice-presidente do Banco do Brasil, suspeito de ter sido corrompido pelo banqueiro português.
Em causa estão cerca de 1,6 milhões de euros que o banqueiro brasileiro terá recebido em 2012 numa conta aberta no Espírito Santo (ES) Bankers no Dubai. O dinheiro, afirma aquele jornal, havia sido transferido pela ES Enterprises após ordens de Ricardo Salgado.
A investigação apurou que a conta, no entanto, não foi aberta em nome de Allan Simões Toledo, mas sim da sociedade offshore Travbell Assets, SA. Esta terá sido criada por Paulo Murta, acionista e funcionário da ICG Wealth Management , uma sociedade de gestão de fortunas com ligações próximas a Ricardo Salgado.
O dinheiro serviria para que Allan Simões Toledo diligenciasse no sentido de que o Banco do Brasil aprovasse uma linha de crédito de 186 milhões de euros para financiar o BES o que veio acontecer em 2011, numa altura em o Grupo BES já atravessava graves dificuldades.