Desde outubro, já prescreveram 11 crimes imputados aos arguidos no julgamento do BES. Ex-banqueiro responde agora por 57 dos 65 crimes incluídos na acusação do Ministério Público.
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Prescreveram, nos dias 28 e 30 de dezembro do ano passado, mais dois crimes imputados a Ricardo Salgado no mega julgamento sobre o BES, que se juntaram a mais duas prescrições ocorridas já este ano, a 10 de janeiro.
Segundo o Expresso, estas quatro prescrições somam-se a sete de outros arguidos, segundo a contabilização feita pelo tribunal em outubro, perfazendo 11. Salgado responde agora por 57 crimes dos 65 crimes constantes da acusação feita pelo Ministério Público, em 2020, mas até março este número descerá para 52.
As datas das prescrições no principal julgamento do BES foram estabilizadas a 1 de outubro de 2024 num despacho assinado por Helena Susano, que lidera o coletivo de juízes do processo que corre no Juízo Central Criminal da Comarca de Lisboa. Nesse dia, ficou definido que, no caso de Salgado, estariam extintos 13 crimes até março, e são esses que têm vindo a concretizar-se.
Em causa estão crimes de falsificação de documento e de infidelidade, incluindo os que apontavam para a manipulação das contas da empresa de topo do Grupo Espírito Santo. O crime de infidelidade surge quando o gestor causa, intencionalmente e com violação dos seus deveres, prejuízo à entidade gerida.
Estes crimes têm prazos de prescrição mais reduzidos do que outros dos apontados a Ricardo Salgado, que responde por associação criminosa, burla, corrupção, manipulação de mercado, entre outros.